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Joesley age como criminoso de colarinho branco, diz procuradora

Empresário participou nesta sexta-feira de audiência em São Paulo

Brasil|Fernando Mellis, do R7

Justiça determinou prisão de Joesley na carceragem da PF em SP
Justiça determinou prisão de Joesley na carceragem da PF em SP

A procuradora da República Thamea Danelon rebateu a afirmação do empresário Joesley Batista de que está sofrendo retaliação por delatar “poderosos".

Após audiência de custódia do executivo nesta sexta-feira (15), em São Paulo, a representante do MPF (Ministério Público Federal) disse que os argumentos usados por Joesley “são muito típicos de criminosos de colarinho branco”.

— Essas pessoas que sempre estiveram acobertadas pela impunidade, que nunca foram presas, somente depois da Lava Jato que se começou a alcançar pessoas poderosas. Elas usam esse argumento, de retaliação, [de que] é uma vingança, é uma perseguição. Isso não é verdadeiro, porque é um trabalho imparcial e isento realizado pela Polícia Federal, pela CVM [Comissão de Valores Mobiliários] e pelo Ministério Público Federal.

Joesley participou hoje de uma audiência referente ao segundo mandado de prisão do qual foi alvo em menos de uma semana. Trata-se de uma investigação que apura se ele e o irmão, Wesley Batista, também preso, lucraram com a delação premiada que fizeram.


Em depoimento ao juiz federal João Batista Gonçalves, o empresário disse que havia sido preso por “mexer com os poderosos”.

— Eu fui mexer com os poderosos, donos do poder, e estou aqui agora.


Segundo o MPF, a holding J&F e a subsidiária JBS deixaram de perder cerca de R$ 138 milhões com a venda e recompra de ações, além de terem lucrado cerca de R$ 100 milhões com uma operação de câmbio realizada na véspera da divulgação da delação.

Os dois são acusados de usar informações sobre o próprio acordo que estavam firmando com a Procuradoria-Geral da República para prevenir os impactos que as delações causariam no mercado.


Na audiência de hoje, o juiz manteve Joesley preso. O advogado dele, Pierpaolo Bottini, disse que vai apresentar recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) ainda nesta sexta-feira.

— Para você prender alguém preventivamente, precisa de mais do que a suspeita do crime, precisa identificar se existe ou não um motivo de obstrução de justiça, se existe pressionamento de testemunha, se existe risco concreto de fuga. Nada disso existe no caso.

A defesa, porém, conseguiu que Joesley permaneça preso em São Paulo — ele estava em Brasília desde segunda-feira (11). Assim como o irmão, o empresário ficará na Superintendência da Polícia Federal e poderá receber a visita de familiares.

A procuradora comemorou a decisão da Justiça de manter o empresário preso.

— A decisão era já esperada, porque diante da criminalidade praticada por esse preso, não tinha outra alternativa do que ele permanecer na prisão. Uma pessoa já investigada em outras seis operações, um criminoso contumaz, que celebrou acordo de colaboração premiada e continuou delinquindo.

Veja as explicações de Joesley à Justiça Federal

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