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Juiz faz acordo com indígenas para que não usem flechas em ato

 Manifestações estão previstas para a próxima semana no âmbito do Acampamento Luta Pela Vida, organizado pela Apib

Brasil|Do R7

Indígenas em protesto em frente ao Congresso Nacional, realizado em junho
Indígenas em protesto em frente ao Congresso Nacional, realizado em junho

O juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, homologou um acordo com diferentes lideranças indígenas para que não sejam utilizados arcos e flechas durante as manifestações previstas para a próxima semana no âmbito do Acampamento Luta Pela Vida, organizado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas Brasil). O evento vai acontecer entre os dias 22 e 28.

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"As partes demandadas se comprometem a não portarem, nas marchas e manifestações a se realizarem no referido período, instrumentos tais como arcos e flechas, tacapes, bordunas e lanças, ressalvando aqueles outros de natureza estritamente cultural e/ou religiosa", registra a ata da audiência realizada nesta quarta-feira (18).

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Ainda de acordo com o documento, o controle dos objetos deverá ser feito pela Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pelo policiamento externo do acampamento, mediante vistoria estritamente visual.


"A posse dos referidos instrumentos contundentes e pérfuro-cortantes fica restrita à área do acampamento e aos regulares deslocamentos dos indígenas, fora das manifestações e respectivas marchas", registra ainda a ata.

São citados no acordo a Funai (Fundação Nacional do Índio), a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, a Comissão Guarani Yvyrupa, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul.


De acordo com nota divulgada pela Apib sobre o evento, as lideranças indígenas que participarão do acampamento vão protestar contra "um Congresso que avança em uma agenda anti-indígena" e o Marco Temporal, tema pautado para ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 25.

"Há 521 anos esta terra é marcada por violações, pelo racismo e genocídio. São séculos de tentativas de subjugação de povos, de culturas e de territórios. Hoje, quando não são apenas armas dilacerando corpos, canetas assinam leis de extermínio. Quando não são apenas criminosos atacando diretamente, governos se omitem do seu dever de proteção. E por mais que as lutas se sobreponham, não permitiremos!", registra o texto.

Em junho, a Polícia Militar do Distrito Federal e indígenas entraram em confronto em frente à Câmara durante uma manifestação contra um projeto de lei analisado pela Casa que dificulta a demarcação de terras dos povos nativos.

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