Justiça escolhe delegado da PF para órgão que fez dossiê de opositores
Thiago Marcantonio Ferreira substitui o coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes, exonerado após a revelação de que órgão monitorava opositores
Brasil|Do R7
O ministro da Justiça, André Mendonça, escolheu o delegado da Polícia Federal Thiago Marcantonio Ferreira para o cargo de diretor de inteligência da Seopi (Secretaria de Operações Integradas). Ele substitui o coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes, exonerado após a revelação de que o órgão ligado ao Ministério da Justiça monitorava opositores do governo Bolsonaro.
Na Polícia Federal desde 2006, Marcantonio atuava como assessor especial do ministro da Justiça e é considerado um homem de confiança. Mendonça escolheu um PF para o posto com o intuito de eliminar o clima de desconfiança após a divulgação do dossiê. Nos bastidores, a determinação do ministro para estancar a crise é dar transparência e garantir que o caso seja apurado de forma imparcial. A mudança na direção da Seopi teve o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
O trabalho da secretaria virou alvo do Ministério Público e de questionamentos na Câmara e no Supremo Tribunal Federal após revelação de que o órgão produziu um dossiê com informações de 579 professores e policiais identificados pelo governo como integrantes do “movimento antifascismo”. Nesta terça-feira (4), a ministra Cármen Lúcia deu 48 horas para o Ministério da Justiça enviar explicações sobre o caso.
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Mendonça determinou na segunda-feira a instauração de uma sindicância interna para apurar o trabalho da secretaria. E a primeira providência foi o afastamento do coronel Gilson Libório da Diretoria de Inteligência. “Como medida considerada adequada à realização dos trabalhos da comissão (de sindicância), o ministro decidiu pela substituição da chefia da Diretoria de Inteligência da Seopi”, disse.
Coronel reformado do Exército, Libório assumiu a vaga em substituição a Fábio Galvão da Silva Rêgo, delegado da PF, que havia sido nomeado na gestão do então ministro da Justiça Sergio Moro.