Lava Jato denuncia 11 por compra da refinaria de Pasadena
Grupo é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro em crime de US$ 17 mi
Brasil|Raphael Hakime, do R7

A força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) em Curitiba (PR) denunciou 11 pessoas, nesta segunda-feira (18), pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por causa da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), no âmbito da Operação Lava Jato. O grupo é suspeito de participar de desvios da ordem de US$ 17 milhões relacionados compra de metade da refinaria pela Petrobras.
Entre os denunciados, estão o ex-senador Delcídio do Amaral; o ex-vice-presidente da empresa de origem belga Astra Oil, Alberto Feilhaber; os operadores financeiros Raul Davies, Jorge Davies e Gregório Marin Preciado; e os ex-funcionários da Petrobras Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles.
A denúncia indica que, em 2005, o vice-presidente da Astra Oil à época, Alberto Feilhaber, firmou com o então gerente executivo da diretoria internacional da petroleira Luis Moreira o pagamento de propina de US$ 15 milhões para que funcionários da Petrobras atuassem em favor dos interesses da empresa belga no processo de compra de 50% da refinaria.
De acordo com o MPF, receberam parte da propina ex-funcionários da Petrobras, como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles.
Os procuradores afirmam que o consultor Cezar de Souza Tavares, os operadores financeiros Fernando Soares e Gregório Marin Preciado e o próprio Alberto Feilhaber também receberam propina.
O ex-senador Delcídio do Amaral Gomez ganhou parte desse montante, em razão de acordo que mantinha com os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Renato Duque, assim como por ter tido atuação fundamental na nomeação de Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras. Por força disso, Delcídio do Amaral foi agraciado com ao menos US$ 1 milhão, com consciência de que tal valor decorria de propina no processo de aquisição da refinaria de Pasadena.
As provas revelaram ainda a ocorrência de acerto adicional de propina, também em 2005, no valor de US$ 2 milhões, feito entre Alberto Feilhaber e os então funcionários da Petrobras Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco. Essa promessa adicional de pagamento se deu como contrapartida pela atuação e empenho de Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco pela indicação e seleção da refinaria de Pasadena para ser adquirida pela Petrobras.
O Tribunal de Contas da União indicou, em estudo, que a compra de metade de Pasadena pela foi feita acima do preço devido, o que provocou prejuízos à estatal.















