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Lava Jato: PF prende ex-secretário de Obras de Paes no Rio de Janeiro

Alexandre Pinto já havia sido preso em agosto de 2017 e liberado em novembro do mesmo ano. Ele é acusado de receber propina em obras

Brasil|Giuliana Saringer, do R7, com Agência Brasil

Pinto havia sido preso em agosto de 2017
Pinto havia sido preso em agosto de 2017

O ex-secretário de Obras da gestão da prefeitura do Rio de Janeiro de Eduardo Paes, Alexandre Pinto, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (23) em um desdobramento da operação Lava Jato. Pinto é alvo da ação batizada de Mãos à Obra. 

A ação investiga indícios de superfaturamento em obras da prefeitura do Rio : na restauração da linha Vermelha; no programa Asfalto Liso; entorno do Maracanã; BRT Transoeste; BRT na Transcarioca; e BRT Transbrasil. A previsão era que a BRT Transbrasil fosse inaugurada em 2016, até os Jogos Olímpicos, mas ainda não está em funcionamento. O prazo foi estendido até junho deste ano. 

A PF (Polícia Federal) e integrantes do MPF (Ministério Público Federal) cumprem seis mandados de prisão e 18 de busca e apreensão contra os suspeitos de fraudes em obras no Rio de Janeiro.

O ex-secretário, o ex-subsecretário municipal de Obras e presidente da Comissão de Licitações da secretaria, Vagner de Castro Pereira, e o doleiro Juan Luís Bertran Bittlonch também foram presos preventivamente. 


Os outros três mandados de prisão são temporários. Os agentes também cumprem seis intimações para depoimento na delegacia.

Segundo o MPF, parte dos recursos obtidos por Alexandre Pinto foi remetida ao exterior por meio de empresas offshore operadas por terceiros e com recursos à disposição do ex-secretário. Juan Bertran teria sido o responsável por realizar as operações de dólar que abasteceram a conta da Centovali, offshore que concentrava os recursos de Alexandre.


Vagner de Castro Pereira também teve importante papel no esquema, de acordo com o MPF. Os pagamentos do Consórcio Dynatest-TCDI, responsável pelas atividades de monitoramento dos contratos de obras e serviços relacionados à implantação do Transbrasil, corredor exclusivo de BRT que liga o centro da cidade do Rio de Janeiro ao bairro de Deodoro, eram feitos diretamente ao subsecretário.

"As investigações revelaram que o consórcio foi formado por indicação de Alexandre Pinto, que solicitou a inclusão da TCDI, de propriedade de Wanderley Tavares da Silva, que por sua vez auxiliava na liberação de recursos do Ministério das Cidades para o município do Rio de Janeiro. Com isso, a Dynatest tinha participação de 80% no contrato e a TCDI de 20%", diz nota do MPF. 


Ainda de acordo com o Ministério Público, o esquema contava com a participação dos fiscais que supervisionavam, que cobravam cerca de 3% do valor total. Com isso, estima-se que apenas na prestação de serviço de monitoramento das obras do Transbrasil tenham sido pagos R$ 1,8 milhão, sendo R$ 1 milhão recebidos por Vagner de Castro em nome de Alexandre Pinto e R$ 392,5 mil pelos fiscais.

Prisão anterior

Pinto já havia sido preso em 3 de agosto de 2017, mas foi liberado em novembro do mesmo ano. O ex-secretário de Obras foi acusado, junto com outros nove, de receber propina de R$ 35,5 milhões nas obras do corredor de ônibus Transcarioca e de drenagem de córregos da Bacia de Jacarepaguá.

O grupo foi alvo da operação Rio 40 Graus, deflagrada com base na delação da empreiteira Carioca Engenharia. 

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