Brasil Leite é primeiro governador e presidenciável a assumir ser gay

Leite é primeiro governador e presidenciável a assumir ser gay

Governador do Rio Grande do Sul, que está disposto a concorrer à Presidência da República, recebe apoio pela postura

  • Brasil | Do R7, com Agência Estado

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB)

ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO-01/07/2021

Aos 36 anos e disposto a concorrer à Presidência da República ano que vem, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é o primeiro a ocupar o posto de chefe de executivo no Brasil a assumir sua homossexualidade. Leite também disputará as prévias do PSDB que definirão o candidato do partido à Presidência no ano que vem, marcadas para novembro.

Durante o programa Conversa com Bial, Leite disse que "nesse Brasil com pouca integridade a gente precisa debater o que se é". O gaúcho afirmou ainda nunca ter falado abertamente sobre o assunto porque sempre considerou que o tema tinha a ver apenas com a sua vida privada, mas que, atualmente, é preciso debatê-lo.

Leite também contou que namora um médico do Espírito Santo, a quem ama e admira por seu trabalho durante a pandemia de covid-19 em hospitais de campanha. E disse que o companheiro, sim, tem coragem para atuar na linha de frente. "Coragem tem mesmo quem vai pra um hospital de campanha. Gente que tá fazendo tanto pra superar esse quadro de pandemia. Tem tantos outros exemplos de coragem que a minha fica pequenininha."

As declarações foram conhecidas ainda na madrugada desta sexta (2), por meio de trechos divulgados e posicionamento de agradecimentos por parte de Leite nas redes sociais.

Efeito nas eleições

A declaração sobre a orientação sexual do governador do Rio Grande do Sul terá um efeito nas eleições de 2022, caso o gestor estadual seja candidato ao pleito do ano que vem. A avaliação é do cientista político Aldo Fornazieri, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política. No entanto, o impacto positivo ou negativo, como sugere, vai depender do teor político de sua campanha eleitoral e da forma como o governador vai se posicionar sobre o tema.

"Tem um espaço de capitalização e perda, e isso vai depender muito dele", analisa. Conforme explica, o Brasil é um país com forte cultura homofóbica, a exemplo das falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a declaração do governador.

Últimas