Maia diz que Bolsonaro mente sobre 13º do Bolsa Família e cita 'minions'
Presidente da Câmara afirmou ainda que expansão de programas sociais do país só não avançam porque falta ao governo coragem para dialogar
Brasil|Do R7
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (18), no plenário da Casa, que o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre o 13º do Bolsa Família, que não ocorrerá neste ano.
Maia ainda associou a postura do presidente aos "bolsominions", grupo de apoiadores mais próximos ao presidente.
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"Mais um episódio ocorrido no dia de ontem quando, infelizmente, o presidente da República mentiu em relação à minha pessoa. Aliás, muita coincidência a narrativa que usou ontem com a narrativa que os bolsominions usam, há um ano, comigo em relação às medidas provisórias perdem validade. É a mesma narrativa", advertiu.
Maia prosseguiu e disse que a estratégia de Bolsonaro é a mesma dos apoiadores mais fervorosos.
"A narrativa de que eu deixei caducar a medida provisória do 13º [do Bolsa Família] não vem de hoje. Peguem as redes sociais dos extremistas, bolsominions, que você vai ver que está lá: 'Rodrigo Maia derruba e caduca medida provisória do 13º do Bolsa Família e do BPC'. Então, é uma articulação conjunta para desqualificar e desmoralizar a imagem dos adversários do presidente da República", argumentou.
Paulo Guedes
Maia disse, porém, que a própria declaração do ministro da Economia Paulo Guedes,dada hoje a jornalistas, comprova que o governo é que não conseguiu avançar no pagamento do benefício social às famílias mais carentes.
"Mas hoje, o próprio ministro Paulo Guedes confirmou que o presidente é mentiroso, quando disse que de fato não há recursos para o 13º do Bolsa Família. Então, acho que essas coisas para um país com as dificuldades que a gente está passando, com a dificuldade que a gente vai passar a partir de 1º de janeiro, com o fim da “PEC da guerra” [...], acho que a gente deveria estar mais preocupado em estar em uma mesa dialogando sobre o nosso futuro do que estar tentando transferir responsabilidades para os outros", afirmou.
O presidente da Câmara, que vai se despedir do cargo em fevereiro do ano que vem, enviou um recado direto ao presidente da República.
"Quando você disputa uma eleição para ser presidente do Brasil, você assume a responsabilidade de dar o norte do nosso país. Infelizmente, não é o que tem acontecido nos últimos quase dois anos", afirmou.
Em seguida, sugeriu que faltou ousadia para o governo federal discutir e criar mais benefícios sociais à população durante a pandemia.
"Se o presidente da República tivesse tido coragem, poderíamos estar discutindo o 13º do Bolsa Família, a expansão do auxílio emergencial. É claro que a visão da esquerda é diferente da nossa visão, que somos liberais na economia. [...] Mas não estamos discutindo um novo programa social para o Brasil porque o presidente da República proibiu o relator Márcio Bittar ou pelo menos indicou, porque não pode proibir um senador de nada, mas indicou ao relator da PEC emergencial [...] que nada de gatilho fosse votado", finalizou.