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Mais de 200 venezuelanos são transferidos para outros estados

Refugiados que aderiram ao programa de interiorização foram transferidos para São Paulo, Brasília e Esteio, no Rio Grande do Sul

Brasil|Alberto Rinaldi, da Agência Record*

Venezuelanos chegaram a São Paulo nesta quarta-feira
Venezuelanos chegaram a São Paulo nesta quarta-feira

Mais de 200 venezuelanos que aderiram ao programa de interiorização partiram de Roraima nesta quarta-feira (5) em rumo a outros estados. Os solicitantes de refúgio saíram de Boa Vista e quatro deles ficaram em Brasília, 75 se estabeleceram em São Paulo e outros 125 foram levados para a cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul.

Em Brasília, os quatro venezuelanos participam de uma nova modalidade de interiorização: a reunificação familiar. Eles vão reencontrar familiares que moram em Goiás e não ficarão em abrigos. Em São Paulo, os 75 venezuelanos ficarão em quatro abrigos — três deles administrados pela prefeitura e um ligado a uma congregação religiosa.

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Os 125 transferidos para o Rio Grande do Sul serão acolhidos em um abrigo federal alugado pela ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), com alimentação fornecida pelo Governo Federal.

Todos os selecionados que aceitaram participar da interiorização foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil — inclusive com CPF e carteira de trabalho.


Uma Portaria publicada na segunda-feira (3) autorizou o repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Social para as cidades Esteio e Canoas, com o objetivo de estruturar uma rede assistencial para acolhida dos venezuelanos. O incremento de R$ 1,2 milhão para Canoas e R$ 534,4 mil para Esteio tem validade de 6 meses.

Em setembro, o objetivo do governo é transportar cerca de 400 pessoas por semana. Na terça-feira (4), foram 204 levados a Manaus e Cuiabá. Com o voo de hoje, sobe para 1.507 o total de venezuelanos transportados desde abril.


Interiorização

A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros Estados brasileiros.


O programa conta com apoio da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), da OIM (Agência da ONU para as Migrações), do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Para aderir à interiorização, o ACNUR identifica os venezuelanos interessados em participar e cruza informações com as vagas disponíveis e o perfil dos abrigos participantes. A agência assegura que os indivíduos estejam devidamente documentados e providencia melhoras de infraestrutura nos locais de acolhida. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.

O UNFPA promove diálogos com mulheres e pessoas LGBTI para que se sintam mais fortalecidas neste processo, além de trabalhar diretamente com a rede de proteção de direitos nas cidades destino com o objetivo de fortalecer a capacidade institucional. Já o PNUD trabalha na conscientização do setor privado para a absorção da mão de obra refugiada.

Reuniões prévias do governo e da ONU com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.

*Com a colaboração de Thomaz Kravezuk, estagiário do R7.

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