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Mais de mil juristas pedem por prisão em 2ª instância

Abaixo-assinado será entregue na segunda-feira (2) aos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal

Brasil|Do R7

STF vai analisar habeas corpus de Lula no dia 4 de abril
STF vai analisar habeas corpus de Lula no dia 4 de abril

Mais de 1.000 promotores, procuradores e juízes assinaram o abaixo-assinado pela defesa da prisão após a segunda instância até a noite de sexta-feira (30). O documento será entregue aos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (2), antevéspera do julgamento do habeas corpus preventivo solicitado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex do Guarujá, no âmbito da operação Lava Jato. 

Esta é a maior ofensiva de juristas pela execução de pena após segunda instância. Entre os signatários está o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa de Curitiba do Ministério Público Federal.

"Nada justifica que o STF revise o que vem decidindo no sentido de que, juridicamente adequado à Constituição da República, o início do cumprimento da sanção penal se dá a partir da decisão condenatória de segunda instância. A mudança da jurisprudência, nesse caso, implicará a liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio etc", diz trecho do abaixo-assinado, sem citar nominalmente o caso do ex-presidente Lula.


Na dia 4, quarta-feira, o plenário da Corte analisará o mérito do pedido de Lula, que espera receber o aval para aguardar em liberdade a análise de todos os recursos que serão apresentados às instâncias superiores, entre elas o próprio STF. Há nove dias por seis votos favoráveis e cinco contrários, o Supremo concedeu uma liminar assegurando a liberdade do ex-presidente até o julgamento de seu habeas corpus.

Considerada incógnita no julgamento, a ministra Rosa Weber foi quem abriu a votação a favor de suspender eventual ordem de prisão até que o Supremo julgue o mérito do habeas corpus. Seguiram a ministra Marco Aurélio, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Negaram Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.


TRF4

Em 24 de janeiro, Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região). Foi a segunda condenação do petista — a primeira, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, era mais branda: nove anos e meio de prisão.


A liminar concedida pelo STF impediu com que Moro expedisse ordem de prisão contra o petista, já que a condenação em segunda instância foi confirmada pelos magistrados do TRF4 em 26 de março. Nessa data, a Corte de apelação da Lava Jato rejeitou o embargo de declaração apresentado pelos advogados do ex-presidente.

Pelo entendimento firmado pelo Supremo em 2016, Lula poderia ser preso após a condenação em segunda instância. É justamente essa garantia que os magistrados participantes do abaixo-assinado querem ver mantida.

Apesar de o julgamento do habeas corpus, em tese, não abrir precedente, o temor é que uma decisão favorável a Lula possa indicar uma tendência do Supremo em rever definitivamente a autorização da prisão em segunda instância.

Há duas Adis (Ações Diretas de Inconstitucionalidade), sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, prontas para serem pautadas sobre a questão no Supremo. 

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