Manifestantes fazem novo protesto na Avenida Paulista
Protesto contra Temer reúne número inferior de pessoas do que manifestações anteriores
Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
Manifestantes fazem neste domingo (18) um novo ato em contra o governo do presidente Michel Temer na avenida Paulista. O total de pessoas no ato é visivelmente menor do que nos organizados nos últimos dois finais de semana, quando ao menos 30 mil pessoas foram à ruas.
Logo no começo da manifestação, houve um princípio de tumulto após policiais militares retirarem uma geladeira de isopor de uma vendedora ambulante.
Pessoas que participavam da manifestação se aglomeraram em volta dos policiais. O o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT), que discursava no alto de um palanque, desceu tentou falar com os policiais, mas foi empurrado e afastado com gás de pimenta.
Jornalistas também foram agredidos com golpes de cassetetes por policiais.
Segundo o comandante da Polícia Militar, Rogério Caramit, ninguém foi preso durante a confusão. Ele disse que a operação de fiscalização de vendedores ambulantes na avenida Paulista foi suspensa para evitar novas confusões.
“Pelo que soube, eles foram fazer uma apreensão dos equipamentos de uma senhora. Se houve agressão, será apurado. Mas já orientei para cessarem essas ações porque é um ambiente de manifestação é difícil”, disse.
Período eleitoral
O ato é organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúne movimentos como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de centrais sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Intersindical.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central dos Movimentos Populares e integrante da Frente Brasil Popular, a menor concentração está relacionada à proximidade com o período de eleições municipais.
"Eu acredito que é porque estamos em momento eleitoral: muita militância e muitas pessoas estão, cada dia mais, voltadas para as eleições. E também teve uma constante mobilização, a cada três ou quatro dias. Mas o importante é manter as mobilizações", disse.
Sem caminhada
Ao contrário dos atos anteriores, que tiveram início na Avenida Paulista, não há previsão de caminhada neste domingo (18). Os organizadores disseram que pretendem permanecer na Avenida Paulista, com a apresentação de artistas e músicos.
De acordo com Bonfim, o ato de hoje é uma preparação para a manifestação marcada para o dia 22 de setembro, e que deve reunir centrais sindicais e movimentos sociais em várias partes do País.
Endireita Brasil também faz ato
Ao mesmo tempo em que ocorria o ato no vão livre do Masp, um outro protesto ocorria próximo ao Top Center, também na Avenida Paulista.
O ato foi chamado pelo Movimento Endireita Brasil e contava com a participação de aproximadamente 30 pessoas, que caminharam até o Parque Ibirapuera em defesa do projeto uma Escola Sem Partido.
Jornalistas tentaram conversar com os manifestantes, que não quiseram dar entrevistas.
Michel Temer enfrenta protesto nos EUA
O presidente Michel Temer embarcou neste domingo (18) para Nova York, onde abrirá a 71ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Conforme tradição iniciada em 1947, cabe ao Brasil abrir a assembleia na terça-feira (20).
Em frente ao hotel onde o presidente passará a noite, o Plaza Athénée, um grupo de cerca de 20 pessoas fez um outro protesto. Segurando faixas, cartazes e com muitos apitos, o grupo recebeu o peemedebista na chegada na cidade com gritos de "Fora Temer" e "Golpista".
Temer desceu do carro sorrindo, mas não falou com a imprensa e entrou direto no hotel.
Os manifestantes prometem uma série de protestos durante os dias da viagem do presidente. Batizado de "Defend Democracy in Brazil", o grupo já havia realizado atos na cidade na cidade contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.