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Montadoras veem produção comprometida também em 2022

Para a associação dos fabricantes de veículos, dificuldades com logística e falta de semicondutores serão resolvidas em 2023

Brasil|Do R7

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Cada carro usa em média mil semicondutores
Cada carro usa em média mil semicondutores

Depois de mais um ano de provações, o setor de automóveis não se mostra otimista ao pensar em 2022. Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, os próximos trimestres serão ainda de falta de semicondutores e de diversas outras peças, dificuldades logísticas e entraves impostos pela crise econômica nacional.

Em entrevista coletiva da Anfavea nesta segunda-feira (6), Moraes disse que a pandemia de Covid-19 virou o setor de pernas para o ar. "Após um 2020 complicado, 2021 foi muito difícil", comentou ao anunciar que a previsão de crescimento na produção deste ano está entre 6% e 10%.


Seria muito se a comparação não fosse com o fraco primeiro ano da pandemia, no qual as montadoras chegaram a ser fechadas. Em 2020 saiu das montadoras 1,805 milhão de veículos, enquanto neste ano, somados 11 meses, o total é de 2,038 milhões. Em 2019, antes da Covid-19, esse número chegou a 2,774 milhões.

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Luiz Carlos Moraes informou que a desestrutura do segmento se iniciou antes ainda de o primeiro infectado pelo novo coronavírus chegar ao Brasil. "Em fevereiro de 2020, quando a doença estava restrita à China, a produção de insumos nas fábricas de lá começou a nos deixar preocupados."


"Logo em seguida, parou a economia mundial, o tempo foi passsando e aí veio o segundo problema, da desorganização da cadeia global: havia poucos navios, contêineres, frete muito alto, lentidão na entrega. As peças começaram a sumir e surgiu um desafio que ninguém esperava nessa proporção, a escassez de semicondutores."

O presidente da Anfavea explicou que cada veículo utiliza em média mil semicondutores para funcionar plenamente. Disse ainda que os carros mais modernos podem usar o dobro desses componentes, que estão em falta no mercado porque o maior fabricante do planeta, a China, não consegue suprir a demanda mundial.


Nas contas da associação, ao menos 300 mil veículos deixaram de ser fabricados no Brasil por causa da pouca oferta de insumos durante a pandemia. No mundo, esse número pode chegar a 12 milhões de unidades.

"A gente queria uma retomada mais forte neste ano. Estávamos imaginando crescer 25%, mas infelizmente a questão dos semicondutores nos prejudicou", lamentou, citando também o fato de que a valorização das commodities e o dólar alto deixaram ainda mais caras as peças importadas.


Para o ano que vem, Moraes não tem uma projeção dos dados do setor, mas sabe que pouca coisa deve mudar.

"Para 2022 continuaremos a ter falhas na logística. A estabilização se dará mais para o fim do ano e início de 2023. Semicondutores continuam sendo um problema que só em 2023 deve ter solução."

Superadas as barreiras estruturais, próprias do setor automobilístico, vem outro desafio: a economia nacional. "A gente tem uma situação grave no Brasil com o aumento da inflação, a elevação da taxa Selic tem impacto direto nos financiamentos e o PIB [Produto Interno Bruto] já tem revisão para baixo", listou o dirigente. 

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