MPF pede 7 anos de prisão para ex-ministro Geddel Vieira Lima
Aliado de Temer responde por constranger doleiro Lúcio Funaro para evitar ou dificultar acordo de delação
Brasil|Alexandre Garcia, do R7
O MPF (Ministério Público Federal) pediu nesta sexta-feira (9) que o ex-ministro e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima, seja condenado a sete anos de prisão.
Na solicitação feita à 10ª Vara da Justiça Federal, os procuradores da República afirmam que Geddel tentou “constranger e gerar apreensão” ao doleiro Lúcio Funaro, por intermédio de sua família, para evitar ou dificultar acordo de colaboração nas Operações Sépsis e Cui Bono.
A solicitação levou em conta o fato de Geddel ser agente público que realizou o monitoramento criminoso. "Sua conduta foi extremamente reprovável em comparação com qualquer outro agente em crimes que tem relação com o poder público", dizem os procuradores.
A equipe da força-tarefa da Operação Greenfield afirma que o ex-ministro ligou “intensamente” para Raquel Pitta, mulher de Funaro, com “objetivo de manter o silêncio do investigado ou com que não colaborasse com a Justiça”.
De acordo com as investigações, Raquel Pitta recebeu ao menos 17 contatos telefônicos de Geddel entre os dias 13 de maio e 1º de junho de 2017. A equipe destaca que a prática permitia que Geddel “captasse o estado de ânimo de Lúcio Funaro”.
“Era incutida em Lúcio Funaro a apreensão e o temor por represálias, para que não colaborasse espontaneamente com as investigações, causando, portanto, embaraço a investigação de crimes praticados por organização criminosa”, afirma o grupo de procuradores.
O MPF ainda que Geddel "praticou crime em nome da cúpula política que atuava no próprio governo federal, traindo a confiança do povo brasileiro e ofendendo, por consequência, os titulares do poder soberano que devem ser respeitados no sistema democrático do País”.