CPI da Covid

Brasil Nise diz que Bolsonaro a procurou para falar de tratamento precoce

Nise diz que Bolsonaro a procurou para falar de tratamento precoce

Médica declarou à CPI da Covid que após essa conversa ela foi ao Conselho Federal de Medicina viabilizar uso de medicamentos

  • Brasil | Do R7

Nise voltou a defender a eficácia da cloroquina

Nise voltou a defender a eficácia da cloroquina

Jefferson Rudy/Agência Senado - 01.06.2021

A médica oncologista Nise Yamaguchi contou aos senadores da CPI da Covid nesta terça-feira (1º) que foi o presidente Jair Bolsonaro quem a procurou inicialmente para falar sobre o tratamento precoce contra a covid-19, logo no início da pandemia.

Ela não disse a data em que isso ocorreu.

"Eu tive a oportunidade no início [da pandemia] de receber dele a informação de que tinha um estudo discutido na França."

O estudo em questão é do cientista Didier Raoult a favor da hidroxicloroquina, divulgado em março de 2020. Dois meses depois, o uso do remédio contra a covid foi proibido na França.

Questionada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se foi Bolsonaro quem a convenceu do uso de medicamentos contra a covid, ela desmentiu. "Eu já tinha essa informação prévia e ele me falou, nessa reunião."

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Nise contou ainda que coube a ela dar um passo importante na viabilização do uso da hidroxicloroquina no Brasil, tendo o papel de negociar com o Conselho Federal de Medicina a utilização do medicamento contra a covid.

"Foi uma oportunidade em que a gente falou do momento que estávamos atravessando. Eu expliquei a ele [Bolsonaro} que precisávamos de dados científicos e que eu iria falar com o Conselho Federal de Medicina para validar a possibiilidade de o paciente receber o medicamento e do médico de prescrever."

A médica contou que participou, após esse episódio, de reuniões técnicas no Ministério da Saúde que ajudaram a definir a nota técnica da pasta. Em maio de 2020, o documento passou a permitir a utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina a pacientes em fase inicial da doença.

Até então, os remédios só poderiam ser utlizados para pessoas em estado grave.

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