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OAB do Rio de Janeiro vai acionar STF para pedir cassação do mandato de Bolsonaro

Parlamentar homenageou um torturador da ditadura durante votação do impeachment

Brasil|Lola Ferreira, do R7, no Rio de Janeiro

À direita, Bolsonaro grita durante voto do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)
À direita, Bolsonaro grita durante voto do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) À direita, Bolsonaro grita durante voto do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)

O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, afirmou nesta terça-feira (19) que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) e, se necessário, à Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, para pedir a cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

A Ordem entrará também com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para que apreciem o discurso de Bolsonaro na votação de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, aprovada por ampla maioria no último domingo (17).

Em seu voto, o parlamentar exaltou a ditadura militar e elogiou o coronel Carlos Brilhante Ustra, que foi chefe do Doi-Codi de São Paulo, um dos principais e mais sangrentos centros de tortura do regime militar.

“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, disse Bolsonaro antes de votar “sim”.

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Saiba quem foi o torturador Brilhante Ustra

Filho do desaparecido político Fernando Santa Cruz, o presidente da OAB/RJ afirmou que um grupo de juristas já está elaborando um estudo com argumentos e processos cabíveis para pedir a cassação

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— Vamos pedir [até a semana que vem] para que o Supremo estabeleça se é possível um deputado que preconiza um regime de exceção e é a favor do fascismo e da tortura usar esse microfone para apologia a um crime que é contra a humanidade.

Santa Cruz definiu Bolsonaro como “folclórico”, mas se disse preocupado com os posicionamentos e falas do deputado.

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— Nos preocupa que, nesse circo que está se transformando a política brasileira, o Bolsonaro queira sempre aparecer mais e mais, e esteja inaugurando uma conduta de falar coisas criminosas no exercício do mandato.

O presidente da ordem lembrou que, em visita a um Diretório Central de Estudantes que leva o nome de seu pai, Bolsonaro fez piada sobre a situação.

— Ele foi em um evento no DCE da UFF [Universidade Federal Fluminense] e disse que meu pai tinha saído para o Carnaval e não voltou. Meu pai desapareceu na época do carnaval. Eu não quero dar mais alimento para eleitores dele, pessoas que ignoram o processo político. Quando o Bolsonaro usa a tribuna pra fazer a defesa de um torturador, é o mesmo que um parlamentar alemão fazer a defesa de Adolf Hitler. É algo muito grave e que não pode ser tratado como algo corriqueiro.

Fuzis contra movimento rural

No final de semana, o R7 gravou uma entrevista com o deputado nos corredores do Congresso em que, utilizando de sua retórica habitual, ele afirma que, “se depender de mim, nas fazendas vocês terão fuzis”.

— Cartão de visita pra marginal do MST é um cartucho 762.

Sobre o momento político, Bolsonaro declarou:

— Também peço a Deus que a esquerda não queira nos lançar a uma aventura armada como fez em 68.

Veja a entrevista com o deputado:

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