Ofício mostra pedido do Brasil sobre navios gregos suspeitos por óleo
Documento enviado pela Marinha do Brasil para a Guarda Costeira da Grécia pede dados para a investigação de 5 navios suspeitos do crime ambiental
Brasil|Márcio Neves, do R7
A reportagem do R7 teve acesso, com exclusividade, ao documento enviado pela Marinha do Brasil para o diretor de embarcações da Guarda Costeira da Grécia, que solicita informações sobre cinco navios apontados como suspeitos pelo óleo que vem aparecendo nas praias do nordeste brasileiro.
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Apesar de estar datado de 12 de outubro, pessoas ligadas ao Ministério de Assuntos Marítimos da Grécia afirmam que o documento só teria sido entregue na semana passada, quando veio ao público a informação.
No documento, o diretor geral de navegação da Marinha do Brasil, Marcelo Francisco Campos, pede ao órgão do governo da Grécia que "notifique os navios listados abaixo como suspeitos de derramamento de óleo que tenham surgido na costa nordeste do Brasil, pois navegaram perto da área afetada durante o período em que considera-se que a descarga ocorreu".
Além do navio Bouboulina, da empresa Delta Tankers, o documento pede informações dos navios Maran Apollo e Maran Libra, da empresa Maran Tankers, Minerva Alexandra, da empresa Minerva Marine, e Cap. Pembroke, da Euronav, todos de bandeira grega.
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O documento diz ainda que "a solicitação faz parte de uma lista de medidas que buscam identificar e responsabilizar o autor, que violou, voluntária ou involuntariamente, convenções internacionais e a lei brasileira e deve estar sujeito às penalidades previstas pela lei".
A reportagem do R7 procurou a Marinha do Brasil que confirmou o envio do documento e afimou que o procedimento faz parte das "investigações sobre a fonte e as circunstâncias do derramamento do óleo que chegou à costa brasileira".
Procuramos também o Ministério de Assuntos Marítimos da Grécia, questionando sobre os procedimentos que envolvem este pedido, mas não recebemos resposta até a publicação desta reportagem.
Também entramos em contato com as empresas proprietárias dos navios citados no documento. Maran Tankers, Minerva Marine e Euronav, não retornaram aos telefonemas e e-mails enviados.
Apenas a Delta Tankers enviou uma nota confirmando que foi notificada pelo departamento grego de navegação marítima e que "vai colaborar com o processo e possuí documentos, vídeos e diários de bordo" que podem comprovar que o navio Bouboulina não seria o responsável pelo óleo que atinge o nordeste brasileiro.