Operação Patriota da PF desarticula esquema de fraude contra o Fisco que pode chegar a R$ 900 milhões
Fraude envolve grupo empresarial Canhedo que era dono da extinta Vasp
Brasil|Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) desarticularam hoje (22), no Distrito Federal, esquema de fraudes envolvendo a cobrança judicial de créditos públicos inscritos em dívida ativa. Os suspeitos responderão por falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e de capitais.
O golpe era comandado por gestores do Grupo Canhedo, que administram, entre outros negócios, empresas de ônibus, de turismo e o Hotel Nacional – que inspirou o nome da operação batizada de Patriota -, são suspeitos de usar empresas de fachada para ocultar faturamento de empresas e, com isso, não pagar multas e débitos tributários. O grupo também era dono da extinta companhia aérea Vasp.
De acordo com PF, por meio de empresas de fachada, os gestores do grupo movimentaram cerca de R$ 900 milhões que deveriam ter sido usados para quitar débitos fiscais e tributários.
A Procuradoria da Fazenda Nacional afastou da gestão do grupo empresarial os suspeitos de comandar o esquema. Para ocupar o lugar dos gestores foi nomeado, pela PFN, um auditor fiscal.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, sendo um deles na casa do empresário Wagner Canhedo, que ficou conhecido nacionalmente no década de 1990, após comprar a companhia de Viação Aérea São Paulo (Vasp). A empresa decretou falência em 2008, com dívidas superiores a R$ 1,5 bilhão.
O filho do empresário Wagner Canhedo Filho foi detido na operação e levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal. Ele teve a fiança estipulada no valor de R$ 38 mil.
As investigações começaram no ano passado depois que fiscais da Procuradoria da Fazenda Nacional tentaram bloquear o faturamento de seis empresas do grupo para pagamento de débitos na Receita Federal, mas não tiveram sucesso. Isso porque, apesar de ativas, essas empresas não tinham faturamento.
Com as investigações, a PF e a Procuradoria da Fazenda Nacional identificaram que empresas de fachada eram usadas pelos gestores do Grupo Canhedo para ocultar o faturamento das empresas em débito com a Receita Federal.