Parecer aponta que Vale pretendia explorar barragem até 2032
Emitido por órgão atrelado à Secretaria de Meio Ambiente de MG, documento indica que empresa queria reaproveitar rejeitos finos do local
Brasil|Lumi Zúnica, da Record TV
Parecer emitido em novembro de 2018 pela Superintendência de Projetos Prioritários, órgão atrelado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais, deixa claro que a mineradora Vale pretendia explorar a Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão até pelo menos o ano de 2032.
O parecer tinha como objetivo analisar a solicitação da Vale S.A., inicialmente apresentada em agosto de 2014, para ampliar a capacidade produtiva da mina, que passaria de 10,6 milhões para 17 milhões de toneladas.
Com essas modificações, "a vida útil do empreendimento seria prolongada até 2032", conforme registrado no parecer do órgão.
O projeto solicitava a aprovação da atividade de reaproveitamento de finos das Barragens 1 e 6 da Mina Córrego do Feijão dispostos como rejeito, para produzir o pellet feed fines, que é um material superfino com alto teor de ferro e baixos níveis de impurezas.
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Esse processo de reaproveitamento consiste na remoção de rejeitos da Barragem 1 com retroescavadeira. Os rejeitos seriam empilhados no local onde até então funcionava a cava da mina, que agora passaria a ter a função de depósito. Esse material seria posteriormente comercializado.
Para o transporte dos rejeitos, o projeto previa a utilização de um “rejeitouto” de 1.544 m, com capacidade de carregar até 248 m³ de lama.
Por último, à medida que os rejeitos fossem sendo transportados, os diques de contenção da barragem seriam também retirados.
Para subsidiar a análise do processo de licenciamento, as empresas Nicho Engenheiros Consultores Ltda. e a Brandt Meio Ambiente apresentaram, respectivamente, estudos ambientais e formulário de revalidação da licença de operação – Rada.
Foi também convocada uma audiência pública no município de Brumadinho no dia 07/06/2017.
A equipe interdisciplinar da Superintendência de Projetos Prioritários recomendou o deferimento da licença à Câmara Técnica de Atividades Minerárias, que aprovou a licença em dezembro do mesmo ano.