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Paulo Guedes diz que Mandetta era só um 'animador de televisão'

Ministro da Economia participou de comissão mista no Congresso Nacional que tratou das medidas do governo federal no combate à pandemia

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

Guedes participa de comissão mista no Congresso
Guedes participa de comissão mista no Congresso

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez duras críticas ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em sua participação nesta quinta-feira (29) na comissão mista do Congresso que debatia as medidas do governo para conter a pandemia do novo coronavírus.

Segundo o ministro da Economia, Mandetta era um "animador de televisão", não um gestor.

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Ele respondia à acusação do ex-titular da pasta da Saúde, que, no livro recém-lançado "Um Paciente Chamado Brasil", o acusou de menosprezar a pandemia.

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Guedes havia acabado de falar aos parlamentares sobre o "sucesso" de medidas como o auxílio emergencial e a redução da jornada de trabalho e salários, que teriam evitado, de acordo com o ministro, a demissão de 11 milhões de trabalhadores no país, quando citou Mandetta.

"Vem um ex-ministro da Saúde e diz: 'Eu acho que ele [Guedes] não deu muita importância à crise. É um animador de televisão, um inconsequente de falar algo como isso."


Guedes afirmou também que Mandetta era incompetente para resolver os problemas dos Estados.

Ele citou que o ministro da Saúde posterior, Eduardo Pazuello, acertou em uma conversa, em algumas horas, o problema da falta de ventiladores no Estado de São Paulo, que Mandetta não conseguia resolver. "A logística começou a funcionar, em vez de animação de auditório, teve entrega."


"Nós tomamos medida em todas as direções, de redução de tarifas médicas a auxílios para os setores. Vem esse ex-ministro e diz isso: é uma grande injustiça, uma irresponsabilidade", defendeu-se.

O titular da Economia revelou também um atrito que teve com Mandetta no início do ano, acerca dos preços dos medicamentos.

"Eu tive uma altercação forte com ele {Mandetta}, eu disse tabelamento de jeito nenhum, deixa o preço livre, se não os remédios vão desaparecer das prateleiras", contou, citando um trecho da publicação em que Mandetta diz ter ficado assustado ao perceber que o ministro da Economia, em seu segundo ano no governo, não tinha a informação de que os preços de medicamentos são definidos pelo governo, para evitar abusos das indústrias.

Auxílio emergencial

Guedes exaltou o auxílio emergencial e a manutenção de empregos com redução de salários e jornadas como medidas bem sucedidas do governo federal no combate à crise econômica advinda com a pandemia.

E cobrou a paternidade do auxílio, ainda que tenha se mostrado inicialmente contrário ao valor de R$ 600, que achava muito alto.

"Quem desenhou essa medida foi a Economia, quem ampliou a base e o valor foi o trabalho com o Congresso, e com todo o mérito", explicou o ministro, que justificou que não poderia lançar um auxílio emergencial com benefícios acima do Bolsa Família.

Segundo o site da Caixa Econômica Federal, o Bolsa Família é "destinado às famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza que tenham em sua composição gestantes, nutrizes (mães que amamentam), crianças e adolescentes de 0 a 15 anos. O valor de cada benefício é de R$ 41,00 e cada família pode acumular até 5 benefícios por mês, chegando a R$ 205,00."

"Por que que alguém que já está no governo vai receber menos do que quem acabou de receber uma ajuda, acabou de entrar. Não, os brasileiros são iguais, a ajuda é igual para todo mundo", afirmou Guedes, que queria que o auxílio ficasse restrito a R$ 200, mas foi vencido por deputados e senadores, que triplicaram o valor.

"Então, coloquei naquele nível inicial, no qual estava o Bolsa Familia, sabendo que seria aumentado. Se foi aumentado muito ou pouco, isso é outra conversa."

Segunda onda da covid

O ministro da Economia afirmou que o governo tem como bancar o benefício até o fim deste ano, mas terá dificuldade caso ocorra uma segunda onda da covid-19, como tem ocorrido em países da Europa.

"Mas se vier uma segunda onda, pode ter certeza, nós vamos trabalhar de uma forma tão decisiva como fizemos na primeira."

"Nós estamos saindo do buraco, [insistir na segunda onda] é uma previsão pessimista. Temos que parar de nos automutilar em narrativas menores, em narrativas oportunistas. Se vier esse aumento da doença, nosso fôlego fiscal será substancialmente mais curto, vamos ter que aprofundar as medidas", declarou.

"Mas não é o plano A, por isso não temos que tratar disso agora."

Ele voltou a insistir na necessidade de reformas estruturantes que mexam com os alicerces da economia nacional.

"Nós não podemos, por desfaçatez, por omissão, deixar de enfrentar os reais problemas da economia brasileira." 

Guedes afirmou que o auxílio emergencial afastou o risco de "convulsão social" da população carente do país e manteve "os sinais vitais da economia preservados". Repetiu que o Brasil vai surpreender o mundo com uma retomada em V.

"Nós protegemos 38 milhões de brasileiros, mais vulneráveis, que ficaram sem acesso ao seu ganha-pão."

O ministro voltou a afirmar que o programa de redução de jornadas e salários evitou a demissão de 11 milhões de brasileiros. 

"O Brasil tinha 33 milhões no mercado formal e assinamos 18 milhões de contratos de preservação de empregos para quase 11 milhões de trabalhadores. Ou seja, um terço da mão de obra formal teve seus empregos preservados. Nós conseguimos impedir essa tragédia."

Segundo ele, no mesmo período, o mercado de trabalho dos Estados Unidos, "o mais flexível do mundo, demitiu 30 milhões de pessoas.

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