Pesquisa exclusiva: conheça o perfil do presidente que o brasileiro quer
Levantamento divulgado pela RecordTV e pelo R7 aponta que presidente ideal não pode estar envolvido em processos com a Justiça
Brasil|Giuliana Saringer e Juliana Moraes, do R7
A maior parte dos brasileiros não quer que o próximo presidente eleito esteja envolvido em processos com a Justiça. Este perfil foi levantado pela “Pesquisa de Opinião Pública — As Características Ideais do Futuro Presidente do Brasil”, divulgada nesta quarta-feira (12) e encomendada pela RecordTV e pelo R7 ao instituto Real Time Big Data.
Em meio a escândalos de corrupção e desvios éticos, 85% dos entrevistados querem que o próximo presidente não esteja sendo investigado.
Outros 15% afirmam que o presidente pode ser investigado, porque “é normal ter processos”. A maioria (72%) também quer que o presidente tenha apoio de políticos e partidos, considerando esta uma característica importante para a governabilidade.
O coordenador da pesquisa, Bruno Soller, avalia que o perfil do presidente vai de acordo com a região em que o eleitor vive.
— Existe grande variação regional quanto ao perfil do presidente. Cada região projeta a figura do presidente na sua realidade. Alguns dados interessantes, como na região Sul, em que 92% da população projeta um presidente de cor branca, pois lá tem um maior contigente de brancos. Quando vai para o Nordeste, eles projetam um presidente, se possível, gordo, porque lá ganho de peso é visto como prosperidade. As regiões projetam como se veem representadas.
No Brasil, brancos são preferidos (75%), seguidos por negros (15%), pardos (4%), orientais (3%) e indígenas (3%).
No Sudeste, a preferência é por brancos (71%), negros (25%), pardos (2%), orientais (2%) e indígenas (0%), nesta ordem. A região Nordeste é mais equilibrada: brancos (63%), negros (29%), pardos (7%), indígenas (1%) e orientais (0%). No Norte, os brancos também são os preferidos, com 81%, seguidos dos negros (11%), pardos (4%), indígenas (4%) e orientais (0%). No Centro-Oeste, 75% preferem os brancos, 21% os negros, enquanto 2% preferem pardos, 2% os orientais e 0% os indígenas. No Sul, conforme mencionoou Soller, 92% preferem brancos, seguidos por negros (6%) e orientais (2%) — indígenas e pardos não chegaram a 1%.
Para os entrevistados, os assuntos que devem ser priorizados na pauta do próximo presidente são combater a corrupção (21%), recuperar a economia e gerar empregos (20%), resolver o caos da saúde (18%), resolver de uma vez por todas a questão da segurança pública (17%), revolucionar a educação (13%) e se preocupar mais com os pobres, com atenção ao desenvolvimento social (11%).
Ainda segundo Soller, os dados apontam um perfil mais conservador do eleitor brasileiro.
— O brasileiro pretende votar em um presidente que tenha alguns princípios mais conservadores. E o eleitor também se mostra conservador. Por mais que os jovens já estejam mais liberais, ainda há uma tendência mais conservadora mesmo entre eles.
Histórico do presidente eleito
Os brasileiros querem que o presidente eleito venha de uma família pobre, acredite em Deus, tenha experiência política e formação universitária.
Do total de entrevistados, 89% afirmam ser importante que o eleito acredite em Deus e 53% querem que ele seja de família pobre.
A carreira política anterior é fundamental para a maioria (80%). Além disso, a formação universitária também é um tema muito importante para os brasileiros, já que 77% dos entrevistados consideram uma caracterísitica desejável do próximo presidente.
Porte físico do futuro presidente
O presidente ideal para os brasileiros é um homem entre 50 e 60 anos, branco e gordo. A maioria (87%) afirma que o eleito não precisa ser bonito.
Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados querem que o próximo presidente seja um homem. Quando o assunto é a cor de pele, a diferença é ainda maior.
Pensando no tipo físico do presidente, há maior variação nas respostas: 38% querem um presidente gordo; 32%, magro ou esbelto e 30%, musculoso ou atlético.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi feita por telefone entre os dias 6 e 8 de junho deste ano e ouviu 2.000 pessoas e a margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Soller explica que a pesquisa conta com um sistema de verificação dos perfis entrevistados.
— Na metodologia, usamos um sistema nosso chamado Real Check. Das amostras, 10% são verificadas pelo comportamento das pessoas entrevistadas nas redes sociais, para que tenhamos mais precisão nas informações. Se virmos que o comportamento é diferente das respostas, desconsideramos da amostra.