PF estoura garimpo ilegal em terra indígena e queima máquinas no PA
Operação Mundurukânia, na cidade de Jacareacanga, contou com 134 agentes de segurança e atende a ordem de ministro do STF
Brasil|Daniel Trevor, da Record TV em Brasília
A PF (Polícia Federal) iniciou a operação Mundurukânia, na última terça-feira (25), para combater o garimpo ilegal nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, localizados no município de Jacareacanga, no interior do Pará, a quase 1.700 km da capital Belém.
Coordenada pela PF, a ação teve participação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Ibama e da Força Nacional. No total, 134 agentes de segurança e de fiscalização participaram. Também foram empregados helicópteros e veículos 4x4.
O garimpo ilegal em terras indígenas causa graves danos ao meio ambiente por causa de produtos químicos usados para encontrar metais preciosos e ainda provoca a poluição de rios e lençóis freáticos. Também cria problemas sociais na região, especialmente os confrontos entre garimpeiros e indígenas.
Povo de tradição guerreira, os Mundurukus dominavam culturalmente a região do Vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia, e daí se extraiu o nome da operação.
Crimes e operações da PF
De acordo com a polícia, os suspeitos de praticar o garimpo ilegal estão sujeitos a responder por associação criminosa, exploração ilegal de matéria-prima da União e crime contra o meio ambiente previsto.
A operação, que ainda está em andamento e deve durar vários dias, faz parte de uma série de medidas determinadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), no ano passado. O magistrado autorizou diligências para ajudar a enfrentar a disseminação e mortes pela covid-19 entre indígenas.
Os agentes de segurança trabalham para expulsar invasores de terras indígenas, além da criação de barreiras sanitárias, aumento da assistência médica e social e entrega de cestas básicas a essa população.
A operação Mundurukânia faz parte de um pacote de ações feitas na região, como a “Operação Pajé Brabo”, em 2018; a “Operação Bezerro de Ouro”, em 2020, que teve duas fases; a “Operação Divita 709”, em 2021; e a “Bezerro de Ouro 709”, também neste ano.
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