PF prende suposto tesoureiro do Hezbollah em Foz do Iguaçu
Libanês Assad Ahmad Barakat é identificado pelos Estados Unidos como operador financeiro do grupo Hezbollah
Brasil|, com R7
A pedido do Paraguai, a Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (21) em Foz do Iguaçu (PR) um comerciante libanês acusado de apresentar documentos falsos no país vizinho. Assad Ahmad Barakat é apontado com um dos principais nomes na América do Sul do grupo político libanês Hezbollah, acusado de atos de terrorismo pelos Estados Unidos.
A prisão preventiva foi decretada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela encaminhou o pedido ao Supremo após a Interpol (polícia criminal internacional) emitir um alerta de "difusão vermelha", quando algum país membro solicita a extradição de um suspeito que está em outro país.
Barakat é acusado de apresentar declaração de nacionalidade incorreta no Paraguai e de omitir informação acerca da perda de nacionalidade, o que na legislação daquele país configura crime de "produção mediata de documentos públicos com conteúdo falso". A informação foi repassada às autoridades paraguaias por ocasião do pedido de renovação do passaporte.
No pedido de prisão, Dodge destaca que como os fatos investigados ocorreram em 3 de abril de 2018, não há indícios de prescrição.
Segundo a procuradora-geral, conforme informações das autoridades paraguaias, estão preenchidos os requisitos necessários à prisão para fins de extradição.
Há informações de que, ao ter conhecimento da decretação de prisão pela justiça do Paraguai, ele solicitou refúgio ao governo brasileiro.
Na petição, a PGR destaca que apenas o reconhecimento da condição de refugiado impede o seguimento do pedido de extradição, 'o que não está presente no caso concreto'.
Barakat já esteve preso no Paraguai entre 2002 e 2008 devido a acusações de sonegação fiscal. Depois de sua libertação, disse a PF, Barakat passou a morar no Brasil e a realizar negócios no Paraguai, na Argentina e no Chile.
O libanês é investigado por crimes nos Estados Unidos, Argentina e Paraguai.
De acordo com a PF, autoridades argentinas o acusaram de lavar 10 milhões de dólares por meio de um cassino em Puerto Iguazú.
Já autoridades dos EUA o classificaram em 2004 como um dos "membros mais proeminentes e influentes" do Hezbollah. Segundo as autoridades norte-americanas, ele atuou como tesoureiro do grupo durante muito tempo e era associado ao então diretor financeiro do Hezbollah.