PGR denuncia Agripino Maia e mais dois por desvio de R$ 600 mil
O senador do DEM, Victor Neves Wanderley e Raimundo Alves Maia Júnior podem responder por associação criminosa e peculato
Brasil|Alexandre Garcia, do R7
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou nesta quinta-feira (13) o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e outras duas pessoas por associação criminosa e peculato. O órgão estima que foram desviados quase R$ 600 mil ao longo de 84 meses. Agripino nega envolvimento em irregularidades.
Se a denúncia for aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Agripino se tornará réu na ação. O senador já é réu na Corte pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.
Agripino é acusado de nomear e manter durante sete anos um funcionário fantasma ligado ao seu gabinete. As investigações apontam ainda que Victor Neves Wanderley repassava a remuneração recebida do Senado a Raimundo Alves Maia Júnior, que era a pessoa que efetivamente prestava serviços ao senador.
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Júnior, que era servidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, não poderia assumir função no Senado e teria sido beneficiado de uma nomeação fictícia para ser remunerado.
Além de pedir o ressarcimento dos quase R$ 600 mil com correção e juros, a PGR solicita a indenização por danos morais coletivos em valor equivalente ao dobro do desviado, e a perda da função pública.
Na denúncia, Dodge destaca ainda que o senador mantém vínculo de amizade antigo com Raimundo Maia. Com a quebra de sigilo telefônico autorizada pelo STF, foram identificadas 905 ligações telefônicas entre os dois durante os anos de 2012, 2013 e 2014.
O que diz o senador José Agripino Maia
"A acusação que me fazem não é verdadeira. Nunca tive nos quatro mandatos de Senador que exerci nenhum funcionário fantasma no meu gabinete. Asseguro que isso ficará demonstrado na resposta que oferecerei à denuncia".