Pivô da demissão de Palocci, caseiro diz que não quer ficar rico e aceita qualquer indenização
Em valores corrigidos, Caixa Econômica deve pagar cerca de R$ 1 mi por quebra de sigilo ilegal
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
O caseiro Francenildo Costa, que ficou conhecido por ser o pivô do caso que resultou na demissão do ministro da Fazenda Antonio Palocci, em 2006, afirma que não quer ficar rico.
Ele reitera que falou somente a verdade e que está aliviado com o fato de as decisões judiciais atestarem que ele foi vítima de uma quebra de sigilo bancário ilegal.
Nesta quarta-feira (25), após apelação da Caixa Econômica Federal e do próprio Francenildo, a Justiça Federal reviu decisão de 2010 e reduziu a indenização de R$ 500 mil para R$ 400 mil.
Veja a entrevista do caseiro após a revisão do valor da indenização:
O que você achou da decisão?
Francenildo: Pelo o que eu estou conhecendo da lei, acho que dá para encarar. Dá para encarar pelo rumo que foi a quebra de sigilo. Mas, vamos aguardar futuramente o que vai se decidir. Esse foi o primeiro passo. Eu falei a verdade, agora estou começando a colher a verdade.
Você acha que foi um valor justo pelos danos que você sofreu na época?
Francenildo: A minha intenção não é de enriquecimento como o povo está falando. A quebra de sigilo é grave, pelo menos tem que ter uma indenização boa também. O que vier para mim, eu aceito. Eu não entrei nesse jogo pensando “futuramente vão quebrar meu sigilo e eu vou ficar rico”. Não! Eu entrei lá [na CPI dos Bingos] para falar a verdade, só isso.
Como você se sente diante dessa decisão?
Francenildo: Estou um pouco aliviado. Com certeza vai dar para dormir hoje. A noite de hoje vai ser melhor do que a de ontem.
Como o valor da indenização deve ser corrigido a partir do ano em que teve início o processo, em 2006, o pagamento da Caixa Econômica ao caseiro deve ser de quase R$ 1 milhão. Mas, ainda cabe recurso da decisão.