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Políticos tentam reaproximar Guedes e Maia por Renda Cidadã

Articulação tem como objetivo "costurar" uma saída para o impasse em torno das medidas econômicas e do programa sem a piora das contas públicas

Brasil|Do R7

Encontro de reaproximação pode acontecer nesta segunda
Encontro de reaproximação pode acontecer nesta segunda

Depois da forte deterioração da confiança com os rumos da economia com os riscos fiscais, políticos entraram em campo para apaziguar a relação do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A articulação tem como objetivo "costurar" uma saída para o impasse em torno das medidas econômicas e o Renda Cidadã sem a piora das contas públicas.

O encontro de reaproximação entre os dois pode acontecer nesta segunda-feira (5), na residência do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas. Na semana passada, a tensão entre Guedes e Maia subiu de tom.

Leia mais: Furar teto para ganhar eleições é irresponsabilidade, diz Guedes

A articulação partiu também dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Kátia Abreu (PP-TO) e outros políticos, além do presidente do TCU, José Mucio Monteiro. Mucio conversou com Guedes neste fim de semana sobre o encontro.


Guedes acusou Maia de ter feito um acordo com a esquerda para travar propostas de privatizações do governo. O presidente da Câmara rebateu dizendo que o ministro estava "desequilibrado". O campo entre Maia e Guedes, porém, ainda está minado com desconfiança dos dois lados.

A avaliação política é que o nervosismo do mercado financeiro aumentou consideravelmente, na semana passada com a piora dos indicadores como juros, câmbio e bolsa, e que não dá para esperar 55 dias até o final das eleições, em 29 de novembro para diminuir o atual ambiente atual de incerteza. O maior temor do mercado é com o racha no governo em torno da forma de financiamento do Renda Cidadã.


A tensão aumentou com a briga pública entre Guedes e ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho, na sexta-feira (2). Marinho defende uma flexibilização do teto de gastos para deixar fora o Renda Cidadã. O limite do teto de gastos, regra que impede o crescimento anual das despesas acima da inflação, é hoje o maior entrave para o programa, na avaliação do grupo de aliados do ministro Marinho.

Guedes e sua equipe, porém, não aceitam essa flexibilização. Políticos tentam buscar uma saída para o impasse antes que a crise em torno do Renda Cidadã piore diante do racha no governo.


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"A responsabilidade fiscal é um avanço civilizatório irrenunciável. Governo e Congresso certamente terão capacidade de encontrar a fórmula justa e adequada. Desenvolvimento e redução de desigualdades pressupõem ambiente estável e confiança nos fundamentos de nossa economia", escreveu hoje nas redes sociais Bruno Dantas, que pode ser o anfitrião do encontro de Maia e Guedes.

O presidente Jair Bolsonaro chamou Guedes para um churrasco depois da briga com Marinho, mas não se posicionou. Ministros manifestaram preocupação com o desenrolar da crise e tentam acalmar os ânimos. Assim como Guedes, Maia é defensor do teto sem mudanças e escreveu artigo se posicionando sobre o tema. Líderes do Centrão que disputam a eleição para a sucessão de Maia não veem com bons olhos o encontro.

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