Por falta de vacinas, prefeitos pedem por saída de Pazuello
Confederação Nacional dos Municípios afirma que não acredita na capacidade do ministério de conduzir a vacinação contra a covid-19
Brasil|Do R7
A CNM (Confederação Nacional dos Municípios), formada por prefeitos e ex-prefeitos do Brasil, emitiu uma nota nesta terça-feira (16) onde pede pela saída imediata do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por causa da interrupção da reposição das vacinas contra a covid-19, o que vai interromper o processo de imunização em diversas cidades, e também pela falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.
"Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo", critica a entidade. A CNM é formada por associações de municípios de todos os estados do Brasil, reunindo a contribuição de pouco mais de 5.108 cidades brasileiras (92% do total) no ano de 2019.
As cidades de Cuiabá, Rio de Janeiro e Salvador já paralisaram a vacinação nesta semana por falta de doses, medida que já é prevista em outras capitais como Curitiba e Florianópolis caso não cheguem novas doses. A FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), que representa prefeitos de capitais e grandes cidades, também fez críticas ao governo federal pela falta de vacinas.
A confederação termina a nota afirmando que não acredita que a atual gestão consiga conduzir o processo de vacinação, considerando "necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros".
Em posicionamento publicado nesta segunda-feira (15), o Ministério da Saúde afirmou que já enviou doses suficientes da vacina Sinovac para a aplicação das duas doses nos públicos prioritários e que enviará em breve a quantidade necessária para os que tomaram a Oxford/AstraZeneca.
"O Brasil já ocupa posição de destaque entre os seis países que imunizaram pessoas em tempo recorde. Em 22 de fevereiro, o Ministério da Saúde recebe doses das vacinas Sinovac e AstraZeneca, adquiridas da Fundação Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz, respectivamente", defendeu a gestão.
O Brasil já aplicou cerca de 5,3 milhões de vacinas, o que equivale a 2,5% da população. Até junho, a previsão é receber do Instituto Butantan, de São Paulo, 100 milhões de doses da vacina CoronaVac, a primeira a ser aplicada no Brasil. Em janeiro, conforme a secretaria, foram entregues 8,7 milhões de doses. Em fevereiro serão mais 9,3 milhões.
O cronograma do Ministério da Saúde para a vacina produzida pelo Butantan tem previsões de entregas de março até setembro: março (18,1 milhões), abril (15,93 milhões), maio (6,03 milhões), junho (6,03 milhões), julho (13,55 milhões), agosto (13,55 milhões) e setembro (8,8 milhões).
Já da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o cronograma estima o recebimento de 222,4 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. Em janeiro, o ministério informou que recebeu 2 milhões de doses. Para fevereiro, a entrega prevista é de 4 milhões. Em março serão 20,7 milhões, em abril mais 27,3 milhões, em maio 28,6 milhões e em junho 1,2 milhão.
Conforme a secretaria, a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.
Pelo consórcio Covax Facility, espécie de centro de distribuição internacional de vacinas, o cronograma do Ministério da Saúde prevê a remessa de 42,5 milhões de doses pelo consórcio Covax Facility, sendo 2,65 milhões da vacina AstraZeneca em março e de mais 7,95 milhões do mesmo imunizante até junho.
O Brasil receberá ainda aproximadamente mais 32 milhões de doses de vacinas contra covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o final do ano, conforme planejamento do Covax Facility.