Presidente do PP, senador Ciro Nogueira diz que "confia na Justiça"
Partido declara que "não compactua com atos ilícitos"
Brasil|Do R7
Com 30 nomes de parlamentares e ex-parlamentares que serão alvos de investigação pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o PP (Partido Progressista) lidera a lista dos envolvidos nos escândalos de corrupção da Operação Lava Jato.
Incluído na lista dos que serão alvo de inquérito, o senador Ciro Nogueira, líder nacional do PP, informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que "só vai se posicionar quando tomar conhecimento oficial dos autos". O senador disse estar "tranquilo e que confia no trabalho da Justiça".
Por meio de nota, o PP declarou que "não compactua com atos ilícitos e confia na apuração da Justiça para que a verdade prevaleça".
Aline Corrêa
Integrante da lista de políticos que serão investigados por envolvimento na Operação Lava Jato, a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP) disse, momentos antes da divulgação da lista da Procuradoria-Geral da República pelo ministro Teori Zavascki, do STF , que estava "tranquila". "Conheço meu comportamento, sei qual foi minha atividade política nesses oito anos que eu exerci (mandato de deputada federal de 2007 a 2014) e estou muito tranquila e confiante de que não tenho nada a esconder nem dos meus eleitores nem da vida minha pública, que é transparente", disse. A PGR pediu abertura de inquérito para investigar a ligação de Aline com o esquema.
Após a confirmação da instauração de diligência pelo STF, a reportagem não conseguiu novo contato com a ex-deputada. A PF (Polícia Federal) revelou, durante a investigação, que a ex-deputada foi citada em um e-mail do doleiro Alberto Youssef no qual ele orientava as empresas Queiroz Galvão e Jaraguá Equipamentos a doar, em 2010, um total de R$ 250 mil para a campanha de Aline.
Aline Corrêa é filha do ex-deputado e ex-presidente do PP Pedro Corrêa, preso após ter sido condenado por envolvimento no mensalão. O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em delação premiada que repassou R$ 5,3 milhões em uma única remessa a Corrêa, em 2010.
Ao ser questionada sobre seu relacionamento com Costa e o doleiro Alberto Youssef, Aline afirmou que conheceu os dois, mas que não recebeu recursos repassados por eles para financiar suas campanhas.
"O senhor Paulo Roberto eu conheci em eventos do partido (PP), em um evento ou dois, mas não tinha nenhum relacionamento com ele", disse. "Conheci (Youssef). Ele era muito ligado ao José Janene (ex-deputado), que era o tesoureiro do partido", afirmou.
A ex-deputada reconheceu que recebeu recursos de empresas envolvidas na Lava Jato, mas afirmou que o dinheiro foi depositado nas contas oficiais de sua campanha. "Recebi recurso oficial na minha conta. Já tinha conhecimento com empresas de alguns até citados, algumas até de Pernambuco, do Estado de São Paulo, mas o que acredito é que tenho todas as condições de me defender e provar que não tenho nenhum envolvimento com isso (corrupção)", considerou.
A ex-deputada se disse disposta a prestar esclarecimentos. "Estou à disposição da Justiça. Não tenho dúvida de que vou comprovar minha inocência. Não tenho nenhum envolvimento com nenhum escândalo e estou muito tranquila", afirmou.