Prisão de Pezão ocorre 3 semanas após PF mirar deputados estaduais
Procuradores da Lava Jato se embasaram na delação do braço-direito do ex-governador Sergio Cabral, Carlos Miranda, que está em prisão domiciliar
Brasil|Raphael Hakime, do R7
A prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), ocorre exatamente três semanas depois de a Polícia Federal cumprir 22 mandados de prisão na Operação Furna da Onça, desdobramento da Cadeia Velha, no âmbito da Operação Lava Jato.
Naquela ocasião, em 8 de novembro, dez deputados estaduais do Rio de Janeiro foram alvos dos agentes federais — sete foram presos, além de outros três, que já estavam atrás das grades.
Entre os alvos, também estavam o presidente do Detran/RJ e um secretário do governo de Luiz Fernando Pezão (MDB).
Naquela oportunidade, o MPF (Ministério Público Federal) classificou a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) como uma 'propinolândia', uma vez que os pagamentos mensais a deputados estaduais iam de R$ 20 mil a R$ 900 mil, em esquema iniciado na gestão Cabral.
A prisão de Pezão nesta quinta-feira (29) só foi possível graças à delação premiada do braço-direito do ex-governador Sergio Cabral, Carlos Miranda, que foi preso em novembro de 2016 durante a Operação Calicute. Miranda, porém, foi para a prisão domiciliar no último domingo (18), após firmar a colaboração com as autoridades.
Em depoimento, Miranda revelou que deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) receberam propinas oriundas do esquema de Cabral, entre anos de 2011 e 2014. Com essas informações, o MPF e a Polícia Federal deflagraram a operação Furna da Onça que levou dez parlamentares para cadeia.
Assista à reportagem O Rio de Janeiro na Lama:
Veja no quadro abaixo quais foram os alvos da Furna da Onça: