Procuradoria quer acesso a relatório que investiga presidente da Caixa
Brasil|Agência Reuters, com R7
O Ministério Público Federal, em Brasília, requisitou ao presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, acesso ao relatório complementar produzido pelo escritório de advocacia Pinheiro Neto, que investiga eventuais irregularidades cometidas pelo próprio dirigente do banco.
O relatório complementar, feito a pedido da cúpula do banco e que está sob sigilo, foi requisitado pela Força-Tarefa da operação Greenfield que, dentre outras frentes de apuração, investiga irregularidades na Caixa.
Em janeiro, reportagem da Reuters mostrou que o próprio Temer ainda corre o risco de ser implicado em supostas irregularidades cometidas tanto por vice-presidentes do banco como em razão de apurações sobre Gilberto Occhi.
Na ocasião, relatório independente encomendado pela Caixa e também pelo escritório Pinheiro Neto sobre irregularidades no banco, a partir de investigações que já vinham sendo conduzidas pelo MPF, recomendou investigar o presidente do banco por suposta atuação para obter propina a políticos do PP.
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Em janeiro, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou que a recomendação feita pelo MPF não é obrigatória.
"A AGU (Advocacia-Geral da União) avaliou e disse que não havia necessidade do presidente seguir a manifestação do Ministério Público", afirmou a Presidência. "Tudo o mais será analisado pela área jurídica do governo. Além disso, o presidente jamais interferiu na gestão do banco para qualquer fim que não fosse absolutamente lícito e legal."
Recomendação
Os procuradores enviaram nesta terça-feira (27) recomendação para que o próximo presidente da Caixa seja escolhido em processo seletivo impessoal.
A manifestação foi encaminhada a Temer, ao Ministério da Fazenda, ao conselho de administração da Caixa e ao próprio Occhi, uma vez que o documento leva em conta o fato da iminente saída dele - ele é cotado para assumir o Ministério da Saúde, na reforma que Temer pretende fazer em abril.
Essa recomendação é um complemento àquela feita em dezembro passado, que teve por objetivo garantir melhorias na gestão da instituição financeira a partir da troca dos vice-presidentes.
No documento enviado agora, os procuradores sugerem a contratação de serviço de recrutamento para formação de lista quíntupla, a partir da qual o presidente da República escolheria o próximo presidente do banco.
"As medidas ora propostas visam melhorar a governança da Caixa, com adoção de boas práticas administrativas à altura da instituição", afirmou o procurador Frederico Siqueira, um dos integrantes da força-tarefa que assina os expedientes.
Procurada, a assessoria de imprensa da Caixa disse que não vai se pronunciar.