Raul Jungmann anuncia censo nos presídios do país
Ministro da Segurança, Raul Jungmann, disse no Rio de Janeiro que o diagnóstico vai custar R$ 20 milhões.
Brasil|Do R7, com Agência Brasil
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, disse nesta sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, que o governo federal, com o apoio das Forças Armadas, fará um censo para conhecer as condições estruturais de todas as cadeias do país.
Jungmann: STF deve distinguir usuário de drogas e traficantes
O censo, que ainda não tem prazo para começar, vai custar R$ 20 milhões, financiados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). O primeiro Estado a ter as suas unidades inspecionadas será o Rio.
Jungmann se reuniu por mais de três horas nesta sexta-feira com deputados federais que compõem uma comissão externa criada pela Câmara para monitorar as atividades da intervenção federal na segurança do Rio. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar o censo.
Raul Jungmann: "Prendemos muito, mas prendemos mal"
De acordo com relatório do Ministério da Justiça divulgado no fim do ano passado, o Brasil tem 726.712 presos em um sistema que comporta 368.049. O Infopen mostrou que o país tem 1.449 estabelecimentos penais, dos quais 51 ficam no Rio. A maior quantidade fica em Minas (193), em São Paulo (164) e no Ceará (148). O ministro disse não saber quanto tempo a elaboração do censo durará.
Alerta Brasil
Além do censo, o ministro anunciou que o Programa Alerta Brasil, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) receberá 30 novas câmeras para monitoramento das rodovias fluminenses. Hoje, a PRF tem três equipamentos como esse.
Não é a primeira vez que um ministro promete ampliação do programa Alerta Brasil, que auxilia a atividade de fiscalização pela PRF. Em janeiro de 2017, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes prometeu que o programa contaria com mais 835 câmeras no país, mas só 300 foram adquiridas, como revelou o Estado em fevereiro.
Jungmann: 'Classe média clama por segurança e à noite financia o crime
Jungmann informou ainda que o país passará a contar com um CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) para integrar representantes das polícias dos 27 Estados, além das polícias federais. A estrutura já estaria pronta, fica em Brasília e, segundo o ministro, precisa de R$ 1 milhão para manutenção.
Ele voltou a comentar a situação do Rio e disse que espera ver resultados mais robustos da intervenção em até quatro meses.
— A tragédia no Rio foi construída ao longo de décadas. Não seria em 20 dias que resolveríamos. Acredito que em até quatro meses começaremos a sentir resultados paulatinos", disse na sede da Escola Superior de Guerra, na Urca, zona sul do Rio, onde o encontro ocorreu. O crime organizado sabe que as mudanças vão acontecer.
Sobre a repetição de ações na Vila Kennedy, na zona oeste da capital, Jungmann disse que a medida é um piloto da intervenção e afirmou que serve para "demonstrar resiliência, dizer que não vamos resistir".
Deputados
No encontro com os deputados, o ministro ouviu sugestões e críticas à intervenção. O deputado Alessandro Molon (PSB) disse ter solicitado a apresentação de um planejamento das medidas que serão tomadas.
— Pedimos acesso a um planejamento, com informações sobre métodos e o orçamento, disse o parlamentar, na saída do encontro.
O ministro respondeu pouco depois que a intervenção "contará com dinheiro novo.
—Sim, virá dinheiro novo, dinheiro a mais. Não se sabe quanto. Para trazer verba para essa área tem que tirar de alguma, não tem mistério. Mas essa difícil tarefa não me cabe. Me cabe pedir o recurso, disse Jungmann.