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Reajuste para professores pressiona cidades pequenas do país

Aumento de 33% no piso da educação básica pode levar à dispensa de profissionais temporários e sobrecarregar efetivos

Brasil|Do R7

Reajuste de 33,24% leva em conta a Lei do Piso
Reajuste de 33,24% leva em conta a Lei do Piso

O reajuste de 33,24% no piso salarial de professores da educação básica pode pressionar os cofres públicos de cidades pequenas e, por consequência, sobrecarregar profissionais efetivos, indicam especialistas ouvidos pelo Estadão. Como solução, um caminho apontado para possibilitar a medida seria a criação de um regime de colaboração que envolveria, além da esfera municipal, os governos federal e estadual.

"A Lei do Piso [de 2008] estabelecia uma revisão do salário com base no custo aluno/ano, e o custo aluno/ano passou de R$ 4 mil. Foi isso que gerou esse aumento", explica a diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV (Fundação Getulio Vargas), Cláudia Costin. "Faz sentido, e o Brasil vai ter de fazer um esforço para melhorar a educação pública."

Segundo Cláudia, embora desafiador, o reajuste do salário de professores da educação básica é o correto neste momento. A diretora da FGV reforça que, segundo dados do Censo Escolar, 81,4% dos alunos em nível básico estão em escolas públicas no Brasil, o que aumenta a necessidade de reconhecer o trabalho dos professores. "O que mais garante aprendizagem para todos em educação é a qualidade do professor."

Procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, Élida Graziane reconhece que, entre os impactos advindos da implementação do novo piso, pode haver a dispensa mais ampla de professores temporários — o que obrigaria os efetivos a assumirem maior carga horária e a serem cobrados por maior produtividade.

Além disso, a procuradora entende que o reajuste de 33,24% pode acarretar ainda um achatamento na carreira dos professores, pois, para que os municípios consigam fechar as contas, a remuneração ao longo de toda a carreira ficaria muito próxima do piso. "Então, não teria uma evolução remuneratória tão adequada, [o que] já é inclusive uma medida adotada em muitos municípios e estados", alerta.

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