Receita está aumentando, mas ainda há déficit, diz Bruno Funchal
Secretário da Fazenda afirmou que Brasil entrou na pandemia com um nível de endividamento maior do que outros emergentes
Brasil|Do R7
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, disse nesta segunda-feira que o Brasil tem pouco espaço para novas medidas de combate ao coronavírus porque entrou na pandemia com um nível de endividamento maior do que outros emergentes. Segundo o secretário, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que já foi aprovado pelo Congresso Nacional, deve ser lançado nesta ou na próxima semana.
"Não temos tanto espaço como tínhamos antes para medidas, mas medidas necessárias serão feitas. A dívida próxima a 90% do PIB é um nível muito alto comparada com outros países emergentes. Todos tiveram aumento de endividamento com pandemia, mas Brasil partiu de patamar mais elevado", afirmou Funchal, durante audiência em Comissão Temporária de Acompanhamento da Covid-19 do Senado.
O secretário ressaltou que muitos dos gastos que estão fora do teto em 2021 se referem a despesas planejadas ainda em 2020. "A trajetória do déficit é explicada por pandemia, mas temos de ser cuidadosos", completou.
Valores
Funchal disse ainda que o governo pagou R$ 35,2 bilhões em despesas da União com combate à covid-19. A previsão para este ano é que esses gastos cheguem a R$ 101,5 bilhões.
Na audiência na Comissão Temporária de Acompanhamento da Covid-19 do Senado, ele afirmou que a dotação do orçamento deste ano para fazer frente à pandemia subiu de R$ 86,5 bilhões no início do mês para R$ 92,2 bilhões até sexta-feira, uma alta de R$ 5,7 bilhões, principalmente para vacinas. Além disso, há R$ 9 3 bilhões dessas despesas inscritas em restos a pagar.