Relatórios apontam retrato dos refugiados no Brasil em 2020
Levantamento do Ministério da Justiça revela que venezuelanos são maioria entre os pedidos de refúgio, sobretudo na região Norte
Brasil|Do R7
Dois relatórios apresentados nesta terça-feira (22) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública lançam luz sobre imigração e refúgio no Brasil no ano passado. De acordo com o governo, os documentos “Refúgio em Números - 6ª Edição'' e “Dados Consolidados da Imigração no Brasil 2020” são extremamente importantes na medida em que funcionam como instrumentos para construir políticas públicas para esses grupos.
De acordo com os relatórios, mais de 26 mil pessoas refugiadas foram reconhecidas no Brasil em 2020. O levantamento também mostrou que dos 60 mil refugiados e imigrantes no país, cerca de 24 mil foram inseridos no mercado de trabalho no ano passado.
Veja também: Pandemia traz novos desafios para os refugiados no Brasil
O Brasil recebeu, ainda de acordo com os documentos, cerca de 29 mil pedidos de refúgio em 2020, envolvendo pessoas de 113 países. A maior parte dos solicitantes, cerca de 17 mil, é de nacionalidade venezuelana (60,2%). Em seguida, destaca-se o número de solicitações de haitianos (6.613 mil), que representaram 22,9% do total.
Leia também
A maioria dos pedidos de refúgio no Brasil está concentrada na região Norte. Cerca de 75,5% das solicitações recebidas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) foram protocoladas em unidades da Polícia Federal no estado de Roraima (59,9%), seguido do Amazonas (10,1%).
A maioria dos requerentes é homem (57,3%). As mulheres representam 42,7%. A maior parte dos solicitantes tinha entre 25 e 39 anos, seguida pela faixa etária de 15 a 24 anos.
Mercado formal
As análises apresentadas no relatório “Dados Consolidados da Imigração no Brasil 2020”, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontaram que no ano de 2020 foram gerados 23.945 postos de trabalho para imigrantes no mercado formal.
Leia mais: Imigrantes haitianos em São Paulo revelam sofrimento social
Em relação aos estados, 77% de todas as vagas ocupadas por trabalhadores imigrantes no país concentraram-se em Santa Catarina (10,3 mil), São Paulo (8,3 mil), Paraná (5,7 mil) e Rio Grande do Sul (4,6 mil). Os dados oficiais demonstram que os impactos estruturais gerados pela crise sanitária afetaram as configurações da mobilidade humana pelo mundo.