Renan diz que não atuará para que ministros do PMDB deixem cargos
Presidente do Senado diz não saber ‘o que motivou’ reunião que definiu desembarque
Brasil|Chris Lemos, colunista do R7
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (30) que não pretende agir para convencer os ministros do PMDB que relutam a entregar os cargos após o partido oficialmente romper com o governo Dilma Rousseff a seguir a orientação partidária.
— Da mesma forma que eu não quis influenciar na nomeação deles, eu muito menos gostaria de influir na exoneração.
Na reunião do diretório nacional, o PMDB definiu que todos os integrantes da legenda devem deixar o governo. Até o momento, no entanto, apenas Henrique Eduardo Alves entregou o Ministério do Turismo. Alves é ligado ao vice-presidente Michel Temer, que vinha articulando o desembarque do PMDB.
Ainda restam no cargo seis ministros peemedebistas. Renan afirmou ter conversado com quatro: Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Minas e Energia), Helder Barbalho (Portos) e Marcelo Castro (Saúde).
— Eles próprios não tinham ainda definido o que fariam. E ficaram, segundo me disseram, de conversar com a presidente da República, que ao final e ao cabo, é a quem cabe dizer se eles vão ficar ou vão sair.
Apesar de o diretório nacional do PMDB ameaçar punir os integrantes do partido que permanecerem no governo, há a possibilidade de os ministros se licenciarem da legenda para ficar nas pastas e, depois, retornarem ao partido.
Renan esquivou-se de comentar a hipótese.
— Eu não me sinto especialista nesta matéria. Da mesma forma que eu fui crítico quando o partido entrou na coordenação política, pelos critérios que utilizou, eu sou crítico também dessa discussão: sai ou se licencia ou deixa o cargo.
O presidente do Senado afirmou ainda não saber “o que motivou” a reunião do diretório do PMDB que definiu o desembarque do governo Dilma.
— Eu sinceramente não sei o que aconteceu, o que motivou a realização da reunião do diretório. Eu acho que o PMDB tem uma responsabilidade muito grande com o Brasil, com a democracia e deve mais do que nunca cumprir esse papel.
Assim como havia feito no início da semana, Renan disse que não pretende se posicionar a respeito do rompimento do PMDB com o governo por causa do cargo que ocupa como presidente do Senado.
— Eu não devo discutir essa questão, comentá-la. Eu preciso ter uma preocupação com a independência do Senado. Eu acho que seu conseguir preservar a instituição dessa partidarização que está acontecendo de lado a lado, eu acho que estarei cumprindo meu papel.