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Renan: 'Queiroga será investigado por participação pífia na CPI'

Relator mudou status de 14 testemunhas para a condição de investigadas na comissão que apura ações no combate à pandemia

Brasil|Do R7

Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (à esq.) negou-se a fazer perguntas a 2 médicos na sessão de hoje
Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (à esq.) negou-se a fazer perguntas a 2 médicos na sessão de hoje

Depois de anunciar a lista das 14 testemunhas que passaram à condição de investigadas na CPI da Covid, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), justificou a mudança de status em relação a Marcelo Queiroga, pelo fato de o ministro da Saúde ter tido uma "participação pífia, ridícula" no colegiado.

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"Tomamos como critério para a definição da relação dos investigados o fato de já terem prestado depoimento à CPI. Colocamos o ministro Queiroga, que é o atual ministro, que teve uma participação pífia, ridícula, aqui na CPI no seu primeiro depoimento, quando tentou dizer que teria autonomia que faltou a Teich e faltou a Mandetta. Os fatos logo demonstraram o contrário", argumentou Renan, durante entrevista coletiva nesta manhã (18).

O relator, que fez o anúncio de que 14 testemunhas se tornariam investigadas no início desta semana, mas não havia divulgado os nomes, abandonou a sessão desta sexta-feira (18). O senador recusou-se a fazer perguntas aos dois médicos convidados da comissão para falar sobre o tratamento precoce contra a covid-19.

Conforme o parlamentar alagoano, Queiroga mentiu ao dizer que tem autonomia para conduzir as políticas públicas do Ministério da Saúde no combate à pandemia.


"Ele defendeu vacinação e o presidente, no dia seguinte, disse que iria encomendar dele um decreto para minimizar a utilização das máscaras. Mais que isso, o lote de vacinas cuja negociação foi comandada por ele é 20% mais caro do que o contrato anterior", afirmou Renan.

Ainda durante a coletiva de imprensa desta sexta-feira, Renan acusou Queiroga de defender a prescrição da cloroquina, remédio sem eficácia científica comprovada no tratamento precoce contra a covid-19, junto à OMS. "Aí, ele aproveitou a conversa [com a OMS] e defendeu em abril o tratamento precoce, a prescrição da cloroquina e ainda mentiu novamente dizendo que esse tratamento tinha tido eficácia de 70%."


Segundo o relator do colegiado, a CPI acessou documentos, os quais mostram que o diretor-presidente da OMS, Tedros Adhanom, deu um "puxão de orelha" no ministro da Saúde. Conforme Renan, Queiroga cobrou agilidade da organização na disponibilização de vacinas, no que o executivo teria dito o seguinte: "Olha, como vocês cobram agilidade da OMS se quando a OMS disponibilizou a possibilidade de aquisição de 50% de vacinas para a população brasileira, vocês demoraram, postergaram e depois assinaram o mínimo que poderia ser assinado, que era 10%?".

Tedros Adhanom teria respondido que, agora, o mundo vive uma "situação terrível de mercado" e a OMS não haveria mais condições de contribuir com o Brasil nas mesmas condições da época do oferecimento das vacinas.


Em 18 de maio, na mesma CPI da Covid, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que foi do Ministério da Saúde a decisão de aderir à quantidade mínima de doses no consórcio Covax Facility. A aliança global coordenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) envolve 150 países e é uma das frentes para a obtenção de vacinas e para evitar que toda a produção mundial acabasse concentrada pelos países mais ricos.

O acordo do governo brasileiro com o consórcio prevê 42 milhões de doses – o que atende 10% da população considerando as duas doses. No entanto, havia a opção de aderir a um contrato para garantir doses para 50% da população.

"Essa decisão não foi minha. Foi do Ministério da Saúde, dentro da sua estratégia de vacinação", afirmou Ernesto Araújo na ocasião. Questionado sobre a autoria da ordem, ele afirmou não saber, mas entender que teria sido do ministro da Saúde, à época, Eduardo Pazuello, outro que foi transformado em investigado pela CPI hoje.

Assista à sessão desta sexta (18) da CPI da Covid 

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