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Saiba como foram os atos em São Paulo e no Rio de Janeiro

Bombas e conflitos entre policiais e manifestantes marcaram os protestos nas duas cidades

Brasil|Giorgia Cavicchioli, Peu Araújo, do R7, com Record TV Rio

Manifestantes ateiam fogo a pneus na avenida Nove de Julho
Manifestantes ateiam fogo a pneus na avenida Nove de Julho

A cidade de São Paulo amanheceu nesta sexta-feira (28) com as linhas 1 - Azul, 2 - Verde, 3 - Vermelha, 5 - Lilás e 15- Prata totalmente paralisadas, sem linhas de ônibus e com bloqueios em vias importantes de acesso à capital paulista, como o sistema Anhanguera-Bandeirantes e rodovia Presidente Dutra, estrada em que um motorista foi detido por atropelar um manifestante

Ainda pela manhã algumas vias foram bloqueadas por manifestantes com barricadas de fogo. Na avenida Ipiranga com a rua Santa Ifigênia houve conflito com a Tropa de Choque da Polícia Militar, que conseguiu liberar o trânsito minutos depois.

Duas manifestações, um na avenida Paulista e outra no largo da Batata, foram as principais, mas aconteceram atos em diversos pontos da cidade, como na avenida Washington Luiz — em frente ao aeroporto de Congonhas, na Marginal Tietê. Um grupo de centenas de motoboys seguiu em marcha por vias como a avenida 23 de Maio.

Um ato na USP (Universidade de São Paulo) terminou com um jovem ferido e detido, além de um policial machucado


Por volta das 16h20 manifestantes ocuparam a avenida Paulista nos dois sentidos em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e permaneceram por lá até o fim da tarde.

No largo da Batata, principal manifestação da capital paulista, reuniu, segundo os organizadores cerca de 70 mil pessoas. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar afirmou não ter uma estimativa do público.


Convocado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo o ato começou por volta das 17h e teve a presença de líderes da esquerda como o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, que assumiu o microfone no largo da Batata por volta de 18h30. Com o discurso inflamado, afirmou: "hoje é um dia histórico. Hoje o Brasil parou. Nós fizemos a maior greve geral dos últimos 30 anos. Fizemos parando transporte, parando escola, parando bancos. Mas também parando rodovias. O povo não aceita o desmonte da previdência.”

Boulos ainda questionou as pessoas contrárias à greve. "Teve gente que reclamou dizendo que a greve atrapalhou. É muito engraçado. O que eles queriam? Que a gente fizesse greve geral no sambódromo?”


E prometeu novas ações. "Se não entenderem o recado, vai ter convulsão social. Vamos pra Brasília ocupar o Congresso Nacional. Nós vamos tomar aquele negócio.”

Quem também falou no ato foi o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Vagner de Freitas. Ele mandou um recado ao presidente Michel Temer. "Hoje foi a maior greve geral dos últimos 30, 40 anos. Temer, olha aqui o largo da Batata. Olha o tamanho do fracasso” e saiu com uma visão otimista para a manifestação. "Hoje o Brasil começa a mudar. A opinião pública defendeu a greve, a opinião pública participou da greve, a opinião pública deixa claro hoje que é contra as reformas propostas pelo Temer.”

O protesto seguiu em passeata até a casa de Michel Temer no início da noite e foi pacífico até bem perto da residência do presidente, quando policiais e manifestantes entraram em confronto próximos à praça Panamericana.

O conflito durou pelo menos uma hora até que a polícia conseguisse dispersar os manifestantes e terminou com várias barricadas de fogo, lixo na rua e alguns trechos depredados. 

Segundo informações de jornalistas que estavam no confronto, um fotógrafo foi ferido por um estilhaço de bomba. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que 21 pessoas foram detidas por conta dos protestos.

O presidente Michel Temer, em nota, afirmou que garantiu o direito de expressão e ressaltou a ação de alguns atos de violência. “Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão, que acabou impossibilitado de chegar ao seu local de trabalho ou de transitar livremente. Fatos isolados de violência também foram registrados, como os lamentáveis e graves incidentes ocorridos no Rio de Janeiro.”

Ao menos nove ônibus foram incendiados durante protesto na Cinelândia
Ao menos nove ônibus foram incendiados durante protesto na Cinelândia

Rio de Janeiro

O ato contra as reformas trabalhistas e da previdência, agendado para às 18h na Cinelândia, foi marcado por diversos confrontos no centro do Rio.

Por volta das 14h41, um grupo começou a se reunir em frente a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), onde o protesto seguiu pacífico até por volta das 16h, quando policiais do Batalhão de Grandes Eventos e mascarados se enfrentaram. A polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo e disparou com armas de bala de borracha contra os manifestantes, que se dispersaram pela rua Primeiro de Março e outras vias. 

A confusão durou por cerca de duas horas, até o grupo de manifestantes voltar a se concentrar para o ato unificado. Após alguns minutos de protesto, houve uma nova confusão e policiais novamente utilizaram bombas e tiros de balas de borracha. Segundo manifestantes, esse ataque começou por parte dos PMs, que teriam subido no palanque a jogado bombas de lá.

Próximo ao bairro da Lapa, na rua do Passeio, cerca de nove ônibus foram incendiados. Os bombeiros foram acionados para controlar o fogo.

A estação Cinelândia do metrô ficou fechada durante toda a confusão, a estação da Glória teve apenas um acesso fechado e a circulação do VLT ficou suspensa. Em todo o centro da cidade houve interdição de ruas.

Trabalhadores ficaram encurralados nos prédios. Houve saques em alguns estabelecimentos e estações do VLT foram depredadas. Manifestantes tentaram se refugiar em prédios próximos como a Câmara dos Veradores e do Palácio da Justiça Federal. Músicos também não conseguiram sair da Sala Cecília Meirelles.

Por volta das 19h40, a situação era mais tranquila, mas o cenário no centro da cidade era de destruição com carcaças de carros incendiados, asfalto queimado e fachadas quebradas. A Polícia Militar fazia cercos em pontos estratégicos para evitar novos confrontos.

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