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Secretária defensora da cloroquina diz ser a favor de isolamento social

À CPI da Covid, Mayra Pinheiro também afirmou ser contra imunidade de rebanho para "grupos populacionais grandes"

Brasil|Gabriel Croquer, do R7

Secretária defendeu que a tese de contaminar população nunca foi seguida no ministério
Secretária defendeu que a tese de contaminar população nunca foi seguida no ministério

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou nesta terça-feira (25), à CPI da Covid, que é a favor de medidas preventivas contra a covid-19, como o isolamento social, utilização de máscaras e a vacinação em massa da população. 

Em resposta ao senador Rogério Carvalho (PT-SE), ela confirmou defender todas as medidas e também negou a defesa da imunidade de rebanho para acabar com a pandemia, mas acrescentou que é contra somente no caso de "grupos populacionais grandes".

Para crianças, por exemplo, Mayra defendeu que a medida poderia ter sido explicada para evitar fechamento de escolas. A defesa veio depois dela ser confrontada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) com vídeos onde no qual ela contestava, em 2020, o fechamento de escolas dizendo que ações de restrição como essas impediram a imunização rápida da população.

"Eu preciso que isso seja contextualizado. O efeito rebanho não pode ser utilizado indistintamente para todos os grupos, porque não é possível que a gente vá prever quanto eu tenho que expor da população para esse benefício, o que vai resultar em muitas mortes", afirmou a secretária, que também é pediatra.


A secretária disse ainda não se lembrar de ter se manifestado a favor da tese de imunidade de rebanho em outras ocasiões e afirmou que o Ministério da Saúde jamais defendeu essa tese.

Cloroquina

Sobre a cloroquina, Mayra que tenha recebido ordem para orientar médicos a usarem o remédio em pacientes com covid-19 ou que tenha partido dela qualquer iniciativa nesse sentido, mas voltou a defender o uso do medicamento. 


A secretária disse que a OMS retirou a indicação de uso da cloroquina com base em estudos com protocolos falhos, e ressaltou que o Brasil não é obrigado a seguir a OMS. Apesar de contestada por senadores críticos do uso dessa medicação, Pinheiro defendeu o uso da cloroquina com base em evidências que mostram "bastante eficácia", segundo ela.

"Infelizmente, esses dois medicamentos foram muito estigmatizados e criminalizados, em vez de serem criminalizadas as pessoas que fizeram pesquisas fraudulentas ou que causaram a morte", considerou.


"A gente teve um grande prejuízo, a humanidade, pessoas que poderiam não ter sido hospitalizadas e não terem ido a óbito, se a gente não tivesse criminalizado duas medicações antigas, seguras e baratas que poderiam ter sido disponibilizadas e prescritas pelo médico. Mas hoje a gente assiste a uma verdadeira perseguição, inclusive aos profissionais médicos, que são autônomos para prescrever e vêm sendo vigiados no exercício da sua atividade", reforçou.

(Com informações da Reuters)

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