Autora da proposta, senadora Rose de Freitas
Waldemir Barreto/Agência SenadoO Plenário do Senado aprovou em segundo turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna inafiançável e imprescritível os crimes de feminicídio e de estupro. O projeto agora vai para a Câmara dos Deputados.
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A proposta, da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), determina que o feminicídio poderá ser julgado a qualquer tempo, independentemente da data em que tenha sido cometido.
Pela lei brasileira, feminicídio é o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.
De acordo com a senadora, os casos do feminicídio cresceram 247% em um ano.
Em 2018, afirmou, foram 1.173 casos contra 1.047 no ano anterior. Apenas em janeiro deste ano, 119 mulheres morreram e 60 sofreram tentativa de feminicídio no Brasil, segundo Rose de Freitas.
"Não estou aqui trazendo uma discussão da minha cabeça, ou que incomoda só conhecidos próximos. É uma questão nacional. É evidente a violência que está posta no Brasil contra a vida das mulheres. Insuportavelmente frequenta os nossos noticiários, bate na nossa cara, espanca nossa consciência e avilta nossa dignidade", afirmou a senadora ao defender o texto.
Antes da votação no plenário, o relatório da proposta passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por sugestão da presidente da comissão, senadora Simone Tebet (MDB-MS), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) incluiu o estupro na lista de crimes imprescritíveis.