Senador é advertido por ministro da Saúde por estar sem máscara
Izalci Lucas (PSDB-DF) participou de audiência virtual de Marcelo Queiroga enquanto estava em um parque, andando de bicicleta
Brasil|Do R7
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deu um puxão de orelha no senador Izalci Lucas (PSDB-DF) por fazer exercícios sem máscara.
Queiroga participou na manhã desta segunda-feira (26) de uma audiência conjunta de duas comissões do Senado para explicar o que o governo vem fazendo em relação ao combate à covid-19. Izalci era um dos parlamentares inscritos para fazer pergunta, e fez sua participação diretamente de um parque público de Brasília, onde foi andar de bicicleta.
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"Estou vendo aqui nosso querido senador Izalci Lucas praticar atividade física. Ele estava sem máscara. Embora a OMS (Organização Mundial de Saúde) pareça querer flexibilizar a prática de atividade física ao ar livre sem máscara, é importante lembra que é importante e fundamental que todos nós passemos à sociedade que o uso é prioritário", disse Queiroga.
Ao ter a palavra, o senador, diretamente de um parque, perguntou ao ministro se ele realmente precisava usar máscara em um local ao ar livre no qual estava sozinho.
"Há muita dúvida. Eu estou num parque que não tem ninguém, só estou eu andando de bicicleta, sem mais ninguém. O uso nessa situação é necessário? A gente não sabe porque não há uma campanha de orientação pública e conscientização."
Izalci, que colocou a proteção para fazer as perguntas ao ministro, afirmou que estava em um parque fechado para manutenção, ao qual só tem acesso por morar na região. "Eu sempre uso máscara e faço distanciamento", declarou.
Antes de Izalci, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que acha importante o ministro defender o uso da proteção, inclusive ao advertir o senador, mas cobrou seu posicionamento em relação também ao presidente da República, Jair Bolsonaro. "O que nós temos hoje é um presidente que incentiva a aglomeração, que menospreza o efeito do uso de máscara", comentou.
Em seus esclarecimentos, Queiroga ignorou a pergunta da senadora e a citação a Bolsonaro.
Queiroga observou, no entanto, que muita campanha publicitária foi financiada pelo governo federal para conscientizar a população sobre o prejuízo de não se respeitar os protocolos de segurança. "A gente ainda não conseguiu convencer a população brasileira em relação aos malefícios dessas aglomerações fúteis. Isso é um fator de ampliar a circulação do vírus. E do uso das máscaras. Acredito que é através de uma campanha educativa que vamos conseguir isso, não será por meio de algum tipo coercitivo."
Afirmou também que a campanha de vacinação do país é muito criticada sem razão. "Somos o quinto país do mundo em número de aplicações. Não dá para comparar o Brasil com Israel", declarou.
Ele também disse que 57 milhões de doses já foram distribuídas aos Estados e somente 37 millhões foram aplicadas.
Cobrado sobre o uso da Sputnik V, da Rússia, no Brasil, o ministro da Saúde afirmou que o imunizante só será utilizado após aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Não posso interferir na agenda regulatória."