Situação energética está longe da 'normalidade', diz ONS
Órgão indicou necessidade de atenção e monitoramento constante do nível dos reservatórios e medidas emergenciais
Brasil|Do R7
Apesar do início das chuvas e de melhora nas condições de atendimento do setor elétrico para este ano e 2022, a situação atual está longe da “normalidade operativa”, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Com isso, o órgão indicou a necessidade de atenção e monitoramento constante do nível dos reservatórios e das medidas emergenciais determinadas pelo governo.
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Segundo o ONS, a medida é fundamental para garantir a segurança no atendimento e fornecimento de energia, principalmente no próximo ano, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição.
“O ONS ponderou que, a despeito da melhoria nas condições de atendimento eletroenergético tanto para 2021 quanto para 2022, a situação está longe de caracterizar uma normalidade operativa. Permanece, portanto, a situação de atenção e o monitoramento continuará a ser respaldado pelos estudos prospectivos elaborados pelo ONS e pelo acompanhamento das demais medidas excepcionais em curso, fundamentais para a garantia da segurança do atendimento, especialmente para 2022”, informou o MME (Ministério de Minas e Energia) em nota.
Conforme os dados apresentados pelo ONS, as condições de atendimento e as perspectivas para os próximos meses são positivas, com destaque para a melhoria do atendimento eletroenergético, devido ao período de chuvas e da possibilidade de aumento no armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Dessa forma, as projeções mostram que, nos cenários avaliados, não será necessário o uso da “reserva operativa”, ou seja, das usinas que ficam adicionais, mas sem injetar energia na rede.
A apresentação foi feita pelo ONS nesta sexta-feira (5) durante a última reunião da Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética).
O colegiado, presidido pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e formado por outros ministros do governo, será encerrado neste domingo(7), quando a Medida Provisória nº 1.055/2021 perderá validade sem ser analisada pelo Congresso Nacional.
O grupo foi criado para dar poder ao MME para determinar medidas de enfrentamento da crise hídrica, a pior já registrada nos últimos 91 anos.
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“O ONS ponderou que, a despeito da melhoria nas condições de atendimento eletroenergético tanto para 2021 quanto para 2022, a situação está longe de caracterizar uma normalidade operativa. Permanece, portanto, a situação de atenção e o monitoramento continuará a ser respaldado pelos estudos prospectivos elaborados pelo ONS e pelo acompanhamento das demais medidas excepcionais em curso, fundamentais para a garantia da segurança do atendimento, especialmente para 2022”, informou o MME em nota.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), houve um aumento significativo de chuvas no país em outubro em comparação com o mesmo período de 2020, o que contribuiu para melhorar o armazenamento de água nos reservatórios.
“Apesar disso, as condições do solo ainda permanecem bastante secas, impactando a transformação das chuvas em vazões, ou seja, nos volumes de água que chegam aos reservatórios do país. A expectativa é de permanência da precipitação em relevantes bacias hidrográficas”, diz o texto.
Mesmo diante dos dados e perspectivas para os próximos meses, a Creg aprovou a permanência de restrições do uso de água nas usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera, localizadas no Sudeste/Centro-Oeste, entre março e outubro de 2022.
Assim, deverão ser adotadas defluências (quantidades de água liberadas das usinas ou reservatórios) mínimas de 2.300 metros cúbicos por segundo e 2.900 metros cúbicos por segundo de abril a outubro de 2022, sendo março o mês de transição com redução da liberação.
“Essa medida busca preservar os usos da água, de forma a auxiliar a recuperação e reduzir o deplecionamento do armazenamento equivalente do Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo também a segurança da operação eletroenergética durante o próximo ano.”
Sobre o encerramento do grupo, o MME informou que os temas debatidos na Creg continuarão a ser avaliados permanentemente pelo governo federal por meio da participação, articulação e decisão de diversos setores, de acordo com as competências de cada órgão ou instituição.
“Conforme registrado, os resultados avaliados ao longo da reunião evidenciam a assertividade dos esforços empreendidos por todos os seus membros e respectivas pastas setoriais por meio de robusta atuação conjunta”.
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