STJ nega pedido de habeas corpus para médium João de Deus
Médium está preso desde domingo (16) após centenas de denúncias de abuso sexual. STJ também negou possibilidade de aplicar sigilo ao processo
Brasil|Márcio Neves, do R7
O ministro Nefi Cordeiro, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou nesta quarta-feira (19) o pedido de liberdade protocolado pela pela defesa do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, preso desde domingo (16).
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O ministro também afastou a possibilidade de segredo de Justiça do processo, ao entender que a aplicação do sigilio não serve à proteção do autor de supostos crimes contra a dignidade sexual.
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Nefi Cordeiro indeferiu liminarmente o habeas corpus, o que significa, segundo o STJ, que o pedido não tem seguimento. A defesa de João de Deus pretendia reverter a prisão preventiva em domiciliar. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça de Goiás com base em 15 denúncias já formalizadas em Goiânia, todas por crimes sexuais.
O R7 procurou a defesa do médium João de Deus para comentar a recente decisão do STJ, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
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Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Após as primeiras denúncias, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) criou uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.
Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium se disse inocente e declarou que estava à disposição da Justiça.
Na tarde de domingo (16), João de Deus se entregou às autoridades.
Até a tarde de segunda-feira (17), a força-tarefa do MP-GO tinha recebido um total de 506 mensagens sobre a investigação contra o médium.