Temer ignora prisão de amigos e diz que ser presidente é "dificílimo"
Presidente discursou durante inauguração do aeroporto de Vitória, no Espírito Santo, nesta quinta-feira (29)
Brasil|Giuliana Saringer, do R7
O presidente Michel Temer (MDB) esteve na capital do Espírito Santo para inaugurar o aeroporto de Vitória. Durante o discurso, o presidente não fez nenhuma menção às prisões de pessoas ligadas a ele que aconteceram nesta quinta-feira (29).
Na manhã desta quinta, a PF (Polícia Federal) prendeu o ex-assessor especial da Presidência José Yunes, o coronel da PM aposentado João Baptista Lima Filho, amigos pessoais de Temer.
O presidente disse que ocupar este cargo é "um trabalho dificílimo" e que fica sujeito a "bombardeios a todo momento".
— A presidência é um trabalho dificílimo, uma coisa que você fica sujeito a bombardeios a todo momento. Mas eu tenho essa felicidade, de ter chegado aqui. Não estou falando de um governo de 4 anos, 8 anos, eu estou falando de um governo que não completou 2 anos. Tem 1 anos e 11 meses.
Temer citou a reforma do ensino médio, a trabalhista e a queda da taxa de juros como vitórias do governo. Ele afirma que "diálogo" é a palavra que define seu mandato.
— Isso tudo foi fruto de uma palavra fundamental que estabelecemos no nosso governo, que foi a palavra diálogo.
Prisões
A PF (Polícia Federal) deflagrou a operação Skala na manhã desta quinta-feira (29). Foram presos o ex-assessor especial da Presidência José Yunes, o coronel da PM aposentado João Baptista Lima Filho, o dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, e o ex-ministro da Agricultura (governo Lula) Wagner Rossi.
Os presos são investigados no inquérito do decreto dos Portos, assinado por Temer, também investigado. O decreto teria beneficiado empresas do setor portuário, incluindo a Rodrimar.
A investigação que apura a relação de Temer com a Rodrimar foi aberta em setembro do ano passado. O texto foi assinado pelo emedebista em maio de 2017.