Trajetória de Palocci no PT é marcada por casos de corrupção
Considerado o homem forte de Lula, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil tem acusação de enriquecimento ilícito
Brasil|Juliana Moraes, do R7
O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci tem uma trajetória marcada por casos de corrupção no Partido dos Trabalhadores.
As denúncias contra Palocci, um dos fundadores do PT nos anos 1980, começaram a surgir no fim de 2005, quando foi citado no escândalo do mensalão. Ele foi acusado de participar no pagamento de propinas para políticos aliados.
Poucos meses depois, outro escândalo de corrupção envolvendo Palocci veio à tona: ex-assessores montaram uma casa em Brasília, a chamada ‘mansão do lobby’, para uma suposta prática de tráfico de influência. O ex-ministro negou as acusações, mas foi desmentido pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa.
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Palocci caiu do ministério da Fazenda de Lula, em março de 2006, após as acusações de ter divulgado dados particulares de Francenildo. Diante do escândalo, o ex-presidente petista pediu a demissão de Palocci. Poucos meses depois de sair do ministério, no entanto, foi eleito deputado.
Um ex-assessor de Palocci também o acusou de receber propina de uma empresa de coleta de lixo para abastecer seu caixa dois eleitoral. Em 2009, porém, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, afirmou que existiam provas de fraudes nos contratos da empresa Leão & Leão, mas faltavam indícios de que Palocci tinha participado do esquema.
Palocci também foi acusado de enriquecimento ilícito: o patrimônio do ex-ministro aumentou em 20 vezes entre os anos de 2006 e 2010. Ele alegou que a fortuna veio com a criação da Projeto Consultoria Empresarial (atual Projeto Administração Imobiliária).
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Ainda no caso de enriquecimento ilícito, foi acusado de comprar um apartamento em São Paulo, em nome da Projeto, no valor de R$ 6,6 milhões. Para a investigação da operação Lava Jato, o ex-ministro se valeu "dos recursos ilícitos que transitaram por suas contas bancárias, adquiriu bens imóveis de elevado valor em benefício de Carolina Palocci e Marina Watanabe".
O escândalo do enriquecimento fez com que Palocci caísse de mais um ministério. Desta vez, da Casa Civil no governo Dilma, em junho de 2011.
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Em 2015, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o recebimento de 2 milhões de reais, em 2010, para a campanha de Dilma Rousseff. Em setembro de 2016, Palocci foi preso pela Polícia Federal a pedido de Sérgio Moro. Em junho de 2017, foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 12 anos de prisão. Em setembro de 2017, pediu a desfiliação do PT. Em fevereiro deste ano, os bens da filha e da enteada do ex-ministro Antonio Palocci foram bloqueados.
Em junho de 2018, a Lava Jato bloqueou quase R$ 80 milhões de um total de R$ 150 milhões do patrimônio de Palocci.