A 8ª Turma do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que julga na segunda instância os processos da Lava Jato, manteve nesta quarta-feira (30) a condenação do pecuarista José Carlos Bumlai de 9 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira. A corte determinou o imediato cumprimento provisório da pena.
Bumlai foi condenado em setembro de 2016 na primeira instância, pela 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR), pelo empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin, em 2004, que teria como destino o pagamento de dívidas do Partido dos Trabalhadores.
Em troca, de acordo com a denúncia dos procuradores da Operação Lava Jato, a empresa Schahin Engenharia teria sido favorecido mais de cinco anos depois, em 2009, com um contrato de 1,5 bilhão de dólares junto a Petrobras, para operar o navio-sonda Vitória 10.000 pelo prazo de dez anos, prorrogáveis por mais dez.
No mesmo processo, o sócio do grupo Schahin, Milton Taufic Schahin, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tiveram as penas mantidas em 9 anos e 10 meses e 6 anos e 8 meses, respectivamente.
Outro sócio do grupo Schahin, Salim Taufic Schahin, teve a pena reduzida para 9 anos e 6 meses de reclusão. Salim fez acordo de colaboração premiada e teve a pena diminuída com cumprimento em regime aberto.
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o operador Fernando Falcão Soares, mais conhecido como “Fernando Baiano”, também tiveram as penas reduzidas para 6 anos e 1 mês e 5 anos e 1 mês, respectivamente.
O réu Fernando Schahin, que havia sido condenado a 5 anos e 4 meses em primeira instância, foi o único absolvido.
O R7 entrou em contato com a defesa de Bumlai e aguarda um posicionamento. Os advogados dos demais réus estão sendo contactados.