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Turma do STF decide que Andrea Neves irá cumprir prisão domiciliar com tornozeleira

Irmã de Aécio está presa desde 18 de maio

Brasil|Mariana Londres, do R7, em Brasília

Turma do STF decide soltar Andrea Neves, que irá cumprir prisão domiciliar com tornozeleira
Turma do STF decide soltar Andrea Neves, que irá cumprir prisão domiciliar com tornozeleira

Por 3 votos a 2, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta terça-feira (20) soltar a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves, presa desde 18 de maio pela Operação Patmos. Os ministros decidiram que Andrea irá cumprir pena em prisão domiciliar e medidas cautelares, entre elas, uso de tornozeleira, entrega de passaporte e proibição de se comunicar com os demais investigados, além de não poder fazer movimentações financerias acima de R$ 10 mil.

Os ministros também decidiram que Frederico Pacheco, primo de Aécio, passe à prisão domiciliar com medidas cautelares.

— Por maioria, é provido em parte o agravo nos termos do voto do ministro Luiz Fux, disse Marco Aurélio ao proclamar o resultado.

A decisão foi a um recurso da defesa, seguindo o que havia sido decidido nesta terça para outro acusado, Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), acusado de intermediar o recebimento de propina enviada pelo empresário Joesley Batista, da JBS.


Andrea Neves foi presa durante a Operação Patmos da Polícia Federal há cerca de um mês e levada a Penitenciária Estevão Pinto, em Belo Horizonte, depois de ter sido citada na delação do empresário Joesley Batista.

Andrea teria sido a responsável pela primeira abordagem feita ao empresário Joesley Batista, por telefone e via WhatsApp. Mas, segundo o advogado, sua cliente nunca participou de questões financeiras das campanhas de Aécio, como arrecadação de recursos. O defensor nega, ainda, que a jornalista tenha tentado destruir provas.


Entenda a Operação Patmos

17/05 - Site do jornal O Globo divulga conteúdo de áudios em que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido, pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, sob o argumento de que precisava de dinheiro para custear sua defesa na Operação Lava Jato


18/05 - Deflagrada a Operação Patmos. Endereços ligados a Aécio Neves são alvos de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Brasília. A irmã de senador, Andrea Neves, é presa acusada de ter participado da negociação dos R$ 2 milhões. Também são presos o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, funcionário do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). De acordo com investigações da PF, Fred teria recebido os R$ 2 milhões de Ricardo Saud, funcionário da JBS e repassado a Mendherson. R$ 479.900 são recolhidos pela PF na busca e apreensão à casa da sogra de Mendherson.

Neste mesmo dia, ministro Fachin homologa a delação de Joesley e suspende o sigilo e o STF divulga os áudios vazados no dia anterior pela imprensa. Na delação, o empresário Joesley Batista, entregou uma gravação de 30 minutos na qual Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões para pagar a defesa dele na Operação Lava Jato.

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), nega o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e opta por não levar para o plenário a decisão sobre o assunto.

A decisão de Fachin, no entanto, afasta Aécio Neves do mandato. Ele pode ir ao Congresso, mas não pode votar nem fazer nenhum ato como parlamentar. Fachin apreende o passaporte do senador e o proíbe de ter contato com outros investigados.

Aécio Neves se licencia da presidência do PSDB

19/05 - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) assume interinamente a presidência do partido

31/05 - Marco Aurélio vira relator inquérito que investiga o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) no STF com base na delação dos empresários do Grupo J&F, da empresa JBS. O inquérito foi desmembrado do que investiga o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures com base na mesma delação e redistribuído por sorteio eletrônico após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no tribunal, entender que a investigação não tem relação com a operação

9/06 - Em resposta a recursos, Janot reitera pedido de prisão de Aécio ao STF. O procurador usa uma postagem feita pelo próprio senador em uma rede social participando de uma reunião política com outros senadores tucanos. Para Janot, a publicação mostra que o senador não se afastou de suas atividades políticas, conforme determinado por Fachin em 18 de maio

12/06 - Nome do senador Aécio Neves continua no painel de votação do Senado e na página da internet o que traz dúvidas sobre seu afastamento. Senado divulga nota alegando que não há normas no regimento e nem na Constituição sobre o afastamento

13/06 - 1ª turma do STF mantém Andrea Neves presa. Votaram para manter Andrea Neves presa: Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Marco Aurélio e Alexandre de Moraes votaram pela liberdade

Marco Aurélio marca para terça (20/06) o julgamento do pedido de prisão de Aécio Neves

Defesa de Fred devolve à PF (Polícia Federal) a quantia de R$ 1.520.100,00, valor que faltava do montante de R$ 2 milhões emprestados, segundo a defesa, pelo empresário Joesley Batista, a Aécio

14/06 - O presidente do Senado, Eunício Oliveira, envia ofício para o ministro Marco Aurélio explicando que o afastamento de Aécio foi cumprido pela Casa, com verba indenizatória suspensa desde 18/05, carro oficial recolhido, remuneração e nome retirado do painel de votações

16/06 - Defesa de Aécio Neves pede em ofício enviado a Marco Aurélio que prisão seja julgada pelo plenário composto por 11 ministros, e não pela primeira turma, composta por cinco ministros. A defesa de Aécio também pediu mais dez dias para apresentar a defesa do senador afastado na análise do pedido de prisão. O advogado que defende o tucano argumenta que a PGR incluiu um fato novo quando reiterou o pedido de prisão.

Defesa de Fred pede revogação da preventiva alegando que dinheiro foi devolvido e que medidas cautelares serão suficientes para evitar contato com outros investigados

17/06 - Marco Aurélio nega pedidos da defesa, tanto para levar o pedido a plenário quanto mais prazo para defesa, e mantém o julgamento do pedido de prisão nesta terça (20) na primeira turma. Em despacho, Marco Aurélio diz que "o desfecho desfavorável a uma das defesas é insuficiente ao deslocamento [do inquérito para o plenário]”. Sobre o pedido de prazo em função de Janot ter incluído a postagem de rede social, Mello disse que o alegado "fato novo" poderá "ser alvo de esclarecimentos da defesa a serem juntados ao processo, presente o princípio da ampla defesa".

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