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UE suspeita de armação britânica em veto a gastos

Brasil|

Por Alastair Macdonald

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia pediu ao Reino Unido que derrube um veto pré-eleitoral contra alguns gastos da UE, alertando que o fato pode atrapalhar o início das negociações do Brexit em Bruxelas, e autoridades do bloco disseram que os britânicos estão provocando o grupo antes das negociações.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse a repórteres neste sábado que, após o encontro de Bruxelas, onde líderes da UE aprovaram as diretrizes para o negociação do Brexit, que a Grã-Bretanha bloqueou bilhões de euros em gastos do bloco na semana passada.

“Seria desejável e facilitaria o começo das negociações se o Reino Unido retirasse as reservas que colocaram”, afirmou Juncker, referindo-se às conversas para a saída do país do bloco, em 2019.

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As negociações devem começar após uma eleição parlamentar em 8 de junho, convocada pela primeira-ministra, Theresa May, com o intuito de obter maioria mais folgada e facilitar sua atuação política.

Autoridades britânicas afirmaram que foi em decorrência da eleição que seus diplomatas informaram a UE, na terça-feira, que não poderiam aprovar um pacote de cerca de 6 bilhões de euros em gastos na quarta-feira, por respeito a um veto pré-eleitoral, quando os ministros não tomam decisões sobre assuntos importantes.

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Uma autoridade britânica disse: “Isso não tem nada a ver com mudança de posição. Procuramos atrasar para manter o nosso protocolo pré-eleitoral”. A explicação não convenceu os líderes europeus, e uma autoridade afirmou que a decisão era “claramente não técnica e poderia ser uma demonstração de força”.

Entre as ações afetadas pelo veto estão 2,5 bilhões de euros para reforço dos controles de fronteira da UE para lidar com a crise migratória no Mediterrâneo e 1,4 bilhão de euros para enfrentar as "causas" da migração nos países pobres - uma política fortemente apoiada pela Grã-Bretanha.

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Também foram afetados iniciativas para promover o emprego de jovens, o intercâmbio estudantil e pesquisas científicas.

Sem um acordo com a UE, o Reino Unido pode deixar o bloco unilateralmente em 2019, mas sob um potencial limbo legal. May afirma preferir isto a um acordo que julgue ruim para os britânicos, mas, novamente, não tem convencido as autoridades europeias, que suspeitam que tudo não passa de um jogo de pressão.

Outro fato que irritou a UE foi a demora na chegada do email que anunciava o bloqueio dos gastos, enviado apenas na terça-feira à noite, uma semana depois de May ter convocado eleições e horas antes embaixadores do bloco se reunirem para falar sobre orçamento.

Por fim, o email terminava com a seguinte despedida: “Feliz Páscoa”.

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