Wajngarten: campanha contra quarentena saiu sem autorização
Ex-secretário de Comunicação tentou explicar campanha oficial do governo de março de 2020 com o slogan "O Brasil não pode parar"
Brasil|Gabriel Croquer, do R7
O ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, afirmou nesta quarta-feira (12), na CPI da Covid, que a campanha veiculada pela secretaria no começo da pandemia, em março de 2020, com o slogan "O Brasil não pode parar", saiu sem a autorização do próprio governo.
"Foi uma campanha que estava em fase de teste, que quando apresentada ao ministro titular da pasta, ainda em fase de teste, ele disparou por engano em um grupo de 'zap'", disse. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou então se algum órgão oficial tinha veiculado a campanha. "A campanha não teve autorização minha para veiculação", respondeu Wajngarten, afirmando não saber se a campanha foi veiculada por órgãos do governo.
Nesse momento, Renan Calheiros acusou o ex-secretário de mentir e pediu pela prisão em flagrante de Wajngarten. O pedido acabou sendo negado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), mas gerou uma discussão entre Calheiros e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Segundo o secretário, a campanha ainda estava em estudos, mas foi divulgada por engano. As peças, lançadas no dia 25 de março no ano passado, pregava a volta dos brasileiros ao trabalho e minimizava a possibilidade da covid-19 matar jovens e pessoas sem comorbidades.
"A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", dizia uma das publicações.
A justificativa de Wajngarten foi a mesma que a da secretaria na época, alegando que os vídeos e publicações aindam tinha caráter experimental. Logo depois do início da divulgação, a campanha foi suspensa após ser alvo de ações da Justiça, e teve as publicações deletadas pelo governo.