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Wajngarten condena fala de Renan sobre Holocausto na CPI da Covid

Senador comparou as funções da comissão ao Tribunal de Nuremberg, que julgou líderes nazistas após a 2ª Guerra Mundial

Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo

Ex-secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten depôs na CPI em 12 de maio
Ex-secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten depôs na CPI em 12 de maio Ex-secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten depôs na CPI em 12 de maio (Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado)

O ex-secretário de Comunicação do governo federal Fabio Wajngarten acusou membros da CPI da Covid no Senado que fazem oposição ao Planalto de banalizar o holocausto e desmonstrar desprezo pelo sofrimento do povo judeu.

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Na manhã desta terça-feira (25), o relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), comparou as funções e responsabilidades do colegiado ao Tribunal de Nuremberg, que julgou diversos líderes nazistas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo o senador, "um dos julgamentos mais famosos da história" e onde "o mundo procurou encontrar respostas para um crime até hoje inconcebível, o genocídio de seis milhões de judeus nos campos de concentração do regime nazista".

A comparação irritou membros governistas da CPI, entre eles, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que viram na fala um "paralelismo" do relator.

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Heinze, inclusive, aumentou o tom contra o relator, dizendo que a responsabilidade de 450 mil mortes do Brasil é daqueles que "negam o tratamento".

Com o tumulto que a fala inicial de Renan causou, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), chamou a atenção do relator, dizendo que o que ele estava lendo não poderia ser usado como referência a ninguém ali.

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Relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros
Relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros Relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros

Renan concordou com Aziz e concluiu sua fala afirmando que não se pode comparar o holocausto com a pandemia no Brasil, mas afirmou haver uma semelhança "assustadora" no comportamento de algumas autoridades que prestaram depoimento à comissão com as que foram julgadas Nuremberg.

Para Wajngarten, que é judeu, as comparações de relator da CPI são "absurdas entre uma situação única da história com situações contemporâneas que são alvo de divergência política".

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"Mais uma vez, membros da oposição banalizam o holocausto e demonstram desprezo pelo sofrimento do povo judeu, fazendo comparações absurdas entre uma situação única da história com situações contemporâneas que são alvo de divergência política", postou o ex-secretário de Comunicação em rede social.

Na sequência, ele questionou se a Confederação Israelita do Brasil, que reúne a comunidade judaica brasileira, o judaísmo e o Estado de Israel, vão condenar "os abusos dos membros da CPI da Covid".

Repúdio da comunidade judaica

A Conib (Confederação Israelita do Brasil), em nota, disse repudiar "mais uma vez comparações completamente indevidas do momento atual" com "os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto".

Para a confederação, "estas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes". Atualmente, a Conib mantém no ar a campanha "Não compare o incomparável" a fim de desestimular a banalização do Holocausto.

'Julgamento da história'

Renan falou principalmente sobre Hermann Goering, ex-número dois do regime nazista, que julgado, continuou "negando tudo, enaltecendo Hitler, apresentando como salvadores da pátria, enquanto a história provou que faziam parte de uma máquina da morte", afirmou o relator, antes de começar os questionamentos à depoente do dia, Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, que defende a cloroquina no tratamento precoce contra a covid-19.

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