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Witzel chama Flávio Bolsonaro de 'mimado' em discussão na CPI

Ex-governador do RJ também citou controvérsia com ex-ministro Moro, que segundo Witzel teria agido como 'menino de recado'

Brasil|Do R7

O ex-governador Wilson Witzel
O ex-governador Wilson Witzel

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel discutiu nesta quarta-feira (16), na CPI da Covid, com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o chamou de "mimado". O filho do presidente da República também foi alvo do relator da comissão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que afirmou: "Seu pai parece que não lhe deu educação".

O embate começou após o ex-governador afirmar de forma reiterada que havia perdido o cargo por perseguição política. Ele foi questionado por Flávio Bolsonaro, que apontou decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a interrupção do processo de impeachment de Witzel. 

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Flávio fez sua argumentação ainda na vez de Renan Calheiros quesitonar Witzel, provocando a reação do relator. Flávio Bolsonaro rebateu, dizendo que sua educação era diferente da de Renan, "graças a Deus".

Em seguida, o ex-governador afirmou que não tinha problema em participar de uma sessão com Flávio Bolsonaro e que não tinha nenhuma questão pessoal, mas sim objetivo "institucional em defesa da democracia". Ao ouvir o senador ironizar a fala, afirmando "que lindo discurso", Witzel rebateu. "Se o senhor fosse um pouquinho mais educado e menos mimado, o senhor teria respeito pelo que eu vou falar", disse.


No decorrer da sessão, Flávio Bolsonaro voltou a criticar Witzel. Ele lembrou as acusações de corrupção e crime de responsabilidade envolvendo contratações da Secretaria da Saúde na pandemia. Lembrou ainda que o TEM (Tribunal Especial Misto) aprovou o impeachment por unanimidade. com 10 votos.

"Isso não é corrupção, isso é assassinato. Tem a mão suja de sangue, entre os quase 500 mil mortos. Esse sim é o culpado", disse.


Moro

O ex-governador também fez críticas ao ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Ele afirmou que começou a ser boicotado por ministros do governo federal em razão de críticas realizadas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, teria evitado conversar com ele em um encontro em um avião. 

Outra crítica de Witzel se deu em relação a Moro. Ele afirma que o então ministro evitou registrar um encontro com imagens e na agenda e ainda requisitou o retorno de cinco delegados federais que estavam trabalhando no Rio de Janeiro. Um deles auxiliava o governo do Rio investigando crimes de gestões passadas em trabalho que ajudaria o estado a buscar recursos desviados. 


Witzel disse que falou a Moro que ele estava em um caminho "equivocado". "Se você quer ser ministro do Supremo, tem que convencer os senadores que você é capaz de ser um juiz imparcial. Essa coisa de menino de recado não é algo que se espera de você, que como eu, é magistrado com 20 anos de carreira", disse, citando trechos da conversa.

Depoimento

No início do depoimento, Witzel disse que os governadores ficaram "desemparados" pelo governo federal e a "mercê da desgraça" no combate à pandemia de covid-19. Ele afirmou ainda que o governo criou uma narrativa para deixar os governadores fragilizados em razão das medidas de isolamento social que foram tomadas, para que fossem culpados pelas perdas que ocorreriam na economia.

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