Mulher mantida em cárcere pelo companheiro se torna 25ª vítima de feminicídio no DF em 2023
Andreia Crispim acabou esfaqueada e morreu mesmo tendo feito ao menos seis denúncias contra o suspeito
Brasília|Rafaela Soares, do R7, e Pedro Canguçu, da Record TV, em Brasília
A trabalhadora de reciclagem Andreia Crispim, de 50 anos, foi morta pelo companheiro na noite desta quinta-feira (24) na Cidade Estrutural, no Distrito Federal. Segundo familiares, a vítima tinha, ao menos, seis boletins de ocorrência contra Luis Carlos, de 35 anos, que resistiu à prisão e foi alvejado por agentes da Polícia Militar do DF (PMDF). Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Este foi o 25º caso de feminicídio no DF em 2023. O número de ocorrências é 47% maior do que os registros de 2022.
Relembre os casos de feminicídio registrados em 2023 no DF
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O homem mantia a esposa sob cárcere, de acordo com a PMDF. Os ferimentos da vítima eram, em sua maioria, na face, segundo o Corpo de Bombeiros do DF.
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Vítima tinha seis denúncias contra o suspeito
Andreia tinha, ao menos, seis boletins de ocorrência registrados contra o então companheiro. A família dela conta que o casal estava junto há oito anos, e que o relacionamento dos dois era complicado. No entanto, os familiares disseram não ter ouvido relatos da vítima de que estaria sofrendo alguma ameaça por parte do suspeito nos últimos dias.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), 30,6% das mulheres vítimas de feminicídio tinham ao menos duas ocorrências registradas contra os autores. Os dados são de março de 2015 a julho de 2023.
A denúncia é fundamental, segundo as autoridades, para que a mulher tenha acesso a medidas protetivas e a programas de proteção.
Feminicídios no DF
Dados da SSP-DF mostram que desde a criação da Lei do Feminicídio, em 2015, até 21 de agosto de 2023, 172 mulheres perderam a vida pelo crime. O ano de 2019 registrou mais ocorrências: 28. Com 25 casos, 2023 já é o segundo ano com mais registros.
A cada quatro crimes, três acontecem no interior das casas (74%), e o ciúme é a principal motivação em 63% das ocorrências registradas pelas SSP-DF. Além disso, duas em cada três vítimas (66,7%) sofreram algum tipo de violência anterior ao feminicídio.
As regiões com mais registros, desde 2015, são: Ceilândia (25), Samambaia (17) e Santa Maria (15).
Canais de denúncia
- Disque Denúncia - Ligue 197 ou (61) 98626-1197 (WhatsApp)
- Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher - (61) 3207-6172/ 3207-6195 - Funcionam 24 Horas
- PMDF - Ligue 190
- Núcleo de Gênero do MPDFT - (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
- Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública - WhatsApp (61) 999359-0032