Abertura da Esplanada na véspera dos protestos de 8 de janeiro foi um erro, admite coronel da PM
Marcelo Casimiro afirmou à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que corporação não tinha informações nem planejamento
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues admitiu que a decisão de abrir a Esplanada dos Ministérios na véspera dos protestos de 8 de janeiro foi um erro. "Creio que sim", disse ele nesta segunda-feira (5), durante seu depoimento como testemunha à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF que investiga os atos radicais.
Casimiro era o comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR) durante as manifestações que resultaram na invasão e na depredação das sedes dos Três Poderes. O CPR coordena uma série de batalhões da corporação, incluindo o 6º, que é responsável pela Esplanada dos Ministérios, mas o militar estava de folga no dia.
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Ele está entre as autoridades investigadas no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura omissões durante os protestos. No depoimento, o coronel afirmou, diversas vezes, que a PM não tinha planejamento nem informações de qualidade para tomar decisões durante os protestos de 8 de janeiro. Questionado se houve erro e se o contingente era baixo, ele também admitiu que sim.
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Depois do acontecido%2C poderia ter tido mais policiais%2C sim. Mas isso veio da perspectiva do depois. Naquele momento que você não tinha informações%2C análise de risco%2C inteligência%2C não tinha nada%2C era razoável o efetivo. Se a gente tivesse a informação que ia invadir%2C quebrar tudo%2C eu seria o primeiro a pedir para o comandante geral%2C o DOP [Departamento de Operações da PM]%2C todo o contingente.
Ele também imputou a responsabilidade por erros ao major Flávio Silvestre de Alencar, que foi preso na 12ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, e teria dado a ordem a PMs para que liberassem a passagem de manifestantes até o STF. O próprio Casimiro escalou o major para chefiar o policiamento nas manifestações, mas disse que o policial era qualificado para atuar na ocasião.